domingo, 10 de maio de 2020

Os desempenhos da Saúde e da Economia

A situação sanitária que desde Março nos ameaça e nos tem preocupado está a passar por uma fase de acalmia que nos dá esperança de que o futuro seja menos sombrio do que se chegou a temer, embora a incerteza seja a palavra mais adequada para classificar o que o futuro nos reserva. Nestes dois meses houve demasiadas vozes que se ouviram a falar de um tema sobre o qual pouco sabem, mas também algumas vozes a criticar as políticas que têm sido adoptadas pelo governo, destacando-se nos últimos dias o jurista Júdice, o sindicalista Roque da Cunha e mais alguns daqueles que estão sempre contra tudo. O facto é que, apesar de tudo, Portugal tem passado ao lado das calamidades que desabaram sobre a Espanha, a Itália, a França e o Reino Unido, que o Serviço Nacional de Saúde não colapsou, que os profissionais de saúde estiveram à altura, que tem havido máscaras, luvas e gel para toda a gente e que, mais importante, enquanto representantes da população, os partidos políticos têm compreendido a gravidade da situação e têm manifestado confiança nas autoridades sanitárias.
O Diário de Notícias teve a iniciativa de perguntar a vinte e cinco personalidades para que avaliassem, numa escala de zero a vinte, os desempenhos do governo nas respostas ao problema sanitário e ao problema económico. As vinte respostas que o jornal recebeu são uma amostra insuficiente para terem rigor estatístico, mas são um interessante indicador.
Na resposta ao problema sanitário o governo conseguiu 14,9 valores, ao mesmo tempo que algumas sondagens confirmam a subida da confiança e do apoio ao 1º Ministro, enquanto na resposta ao problema económico há algumas críticas à morosidade e à burocracia dos apoios sociais e económicos, embora o que temos pela frente seja complexo e mexa com o dinheiro dos contribuintes, pelo que não pode ficar à mercê dos espertalhões do costume. São muitos os problemas, como o aumento do desemprego, o encerramento de empresas, os milhares de trabalhadores em lay off, o turismo paralizado, as viagens aéreas canceladas e, ainda, a pressão de todo o mundo a pedir ajudas estatais, muitas delas por mero oportunismo, onde se incluem os grandes clubes de futebol que pagam salários milionários. Menos morosidade e menos burocracia podem significar um acesso mais facilitado ao pote, que é alimentado pelos meus impostos.
Portanto, o Estado Social está a responder bem e tanto o Ministério da Saúde como o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social estão a merecer a nossa confiança. Merecem o meu aplauso.