A situação
sanitária que desde Março nos ameaça e nos tem preocupado está a passar por uma
fase de acalmia que nos dá esperança de que o futuro seja menos sombrio do que
se chegou a temer, embora a incerteza seja a palavra mais adequada para
classificar o que o futuro nos reserva. Nestes dois meses houve demasiadas
vozes que se ouviram a falar de um tema sobre o qual pouco sabem, mas também
algumas vozes a criticar as políticas que têm sido adoptadas pelo governo, destacando-se
nos últimos dias o jurista Júdice, o sindicalista Roque da Cunha e mais alguns
daqueles que estão sempre contra tudo. O facto é que, apesar de tudo, Portugal tem
passado ao lado das calamidades que desabaram sobre a Espanha, a Itália, a
França e o Reino Unido, que o Serviço Nacional de Saúde não colapsou, que os
profissionais de saúde estiveram à altura, que tem havido máscaras, luvas e gel
para toda a gente e que, mais importante, enquanto representantes da população,
os partidos políticos têm compreendido a gravidade da situação e têm
manifestado confiança nas autoridades sanitárias.
O Diário
de Notícias teve a iniciativa de perguntar a vinte e cinco personalidades para que avaliassem, numa escala de zero a
vinte, os desempenhos do governo nas respostas ao problema sanitário e ao
problema económico. As vinte respostas que o jornal recebeu são uma amostra insuficiente
para terem rigor estatístico, mas são um interessante indicador.
Na resposta ao problema sanitário o governo conseguiu 14,9 valores, ao
mesmo tempo que algumas sondagens confirmam a subida da confiança e do apoio ao
1º Ministro, enquanto na resposta ao problema económico há algumas críticas à
morosidade e à burocracia dos apoios sociais e económicos, embora o que temos
pela frente seja complexo e mexa com o dinheiro dos contribuintes, pelo que não
pode ficar à mercê dos espertalhões do costume. São muitos os problemas, como o
aumento do desemprego, o encerramento de empresas, os milhares de trabalhadores
em lay off, o turismo paralizado, as
viagens aéreas canceladas e, ainda, a pressão de todo o mundo a pedir ajudas
estatais, muitas delas por mero oportunismo, onde se incluem os grandes clubes
de futebol que pagam salários milionários. Menos morosidade e menos burocracia
podem significar um acesso mais facilitado ao pote, que é alimentado pelos meus
impostos.
Portanto, o Estado Social está a responder bem e tanto o Ministério da
Saúde como o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social estão a
merecer a nossa confiança. Merecem o meu aplauso.
Acompanho-te no aplauso final.
ResponderEliminarElevo o aplauso ao quadrado, nos excertos:
1 - "... mexa com o dinheiro dos contribuintes, pelo que não pode ficar à mercê dos espertalhões do costume"
2 - "... muitas delas por mero oportunismo, onde se incluem os grandes clubes de futebol que pagam salários milionários."
3 - "... Menos morosidade e menos burocracia podem significar um acesso mais facilitado ao pote, que é alimentado pelos meus impostos."
Isto com toda a consideração e respeito pelos verdadeiros dramas sociais e psicológicos que por aí grassam, causados pela fome, pelos maus tratos familiares, pelas depressões.