Entre outras promessas anunciadas, a coligação de Passos e Portas promete colocar Portugal
entre “as dez economias mais competitivas do mundo”.
Muito gente se riu com essa promessa eleitoral demagógica e fantasista, própria de quem não olha a meios para se manter no poder. Agora, até o Eurostat veio pôr a ridículo essa promessa no seu newsrelease 140/2015, anteontem divulgado, ao mostrar que os mais recentes desempenhos económicos portugueses são piores do que a média da União Europeia (UE28), contrariando a ideia subjacente àquela promessa.
Muito gente se riu com essa promessa eleitoral demagógica e fantasista, própria de quem não olha a meios para se manter no poder. Agora, até o Eurostat veio pôr a ridículo essa promessa no seu newsrelease 140/2015, anteontem divulgado, ao mostrar que os mais recentes desempenhos económicos portugueses são piores do que a média da União Europeia (UE28), contrariando a ideia subjacente àquela promessa.
Diz o Eurostat que no final do 2º trimestre de 2015 o
crescimento anual da UE28 foi de 1,6%, enquanto em Portugal foi de 1,5%, isto
é, Portugal cresceu menos do que a média europeia e, portanto, aconteceu o contrário
que diz a propaganda. Nós não convergimos, mas continuamos a divergir da UE28! Entre os 22 países com resultados
já divulgados para o crescimento do Produto, verifica-se que Portugal é o 8º pior de entre todos eles. Além disso,
ficamos a saber que a Espanha cresceu 3,1% e que alguns dos nossos concorrentes
no campo da atracção do investimento estrangeiro cresceram mais do que nós,
casos da República Checa (4,4%), Roménia (3,7%), Polónia (3,6%) e Eslováquia
(3,1%). Se observarmos apenas o crescimento verificado no 2º trimestre de 2015,
verificamos que Portugal cresceu 0,4%, enquanto a Espanha cresceu 1,0% e até a
Grécia nos superou com 0,8%. Com estes números, como é possível semear ilusões,
enganar as pessoas e prometer “colocar Portugal entre as dez economias mais
competitivas do mundo”?
Embora estes números mostrem que a economia portuguesa já
deixou de bater no fundo, não há nenhumas razões para as euforias eleitorais
que por aí andam, muitas vezes envolvidas nas mais descaradas manipulações estatísticas
e mentiras. De resto, o mesmo Eurostat informava-nos recentemente que os
nossos 12,4% de desemprego eram o 6º pior resultado do UE28 (média de 9,6%),
enquanto a nossa dívida pública se situava nos 129,6% do PIB que é o 3º pior
resultado da UE28 (média 88,2%).
Lamentavelmente, os
jornais e os jornalistas portugueses não entenderam que esta informação do
Eurostat fosse importante para o público e ficaram calados. Até parecem os
músicos do Titanic...