quinta-feira, 28 de julho de 2016

O navio-escola “Sagres” está no Brasil

O navio-escola Sagres que foi construido na Alemanha em 1937 e que desde 1962 pertence à Marinha portuguesa, está a realizar a sua anual viagem de instrução de cadetes da Escola Naval, levando também alguns cadetes angolanos, espanhóis, ingleses e marroquinos. O navio saiu de Lisboa no dia 21 de Junho e, depois de ter visitado a cidade da Praia em Cabo Verde e o porto brasileiro do Recife, encontra-se hoje no porto de Salvador da Baía. Não deixa de ser curioso notar que Praia, Recife e Baía são três nomes de três cidades fundadas pelos portugueses, o que reflecte a importância da expansão marítima portuguesa.
Hoje, o jornal A Tarde que se publica em Salvador destaca na primeira página da sua edição a visita do navio português com uma fotografia a quatro colunas e informa que o navio amanhã “estará aberto a visitação” entre as 13 e as 16 horas, pois às 18 horas larga para o Rio de Janeiro. 
No Rio de Janeiro e na sequência de um protocolo assinado com o Comité Olímpico Português, o navio-escola Sagres será um “embaixador de Portugal” e um símbolo da nossa cultura marítima, mas também servirá de “Casa de Portugal” para apoio dos atletas, dirigentes e outras autoridades portuguesas e para a realização de conferências de imprensa durante os Jogos Olímpicos que se realizam entre os dias 5 e 21 de Agosto.
Espera-se que, como sempre, a Sagres dê o melhor contributo para a boa imagem de Portugal.

Os vampiros e o naufrágio da banca

A falência do Lehman Brothers em Setembro de 2008, quando era o quarto maior banco norte-americano, foi a maior da história dos Estados Unidos e provocou a mais grave crise financeira mundial desde a Grande Depressão de 1929. As perturbações financeiras depressa atravessaram o Atlântico e o mundo entrou num período de grande instabilidade de que tem tido dificuldade em sair. A banca, a poderosa e arrogante banca, entrou em dificuldades e revelou que não passava de um império de pés de barro, em que o dinheiro era uma criação virtual sem substância económica e o crédito não era mais do que a forma de ajudar os amigos, de proporcionar negócios duvidosos e de favorecer gestores ambiciosos.
O Finantial Times divulgou um estudo recente, que o jornal i revelou em Portugal, que ajuda a esclarecer a situação, caracterizada por incompetência e corrupção: em 2015, os quinze presidentes executivos mais bem pagos dos Estados Unidos receberam um total de 236,6 milhões de dólares em salários e bónus, quando em 2009 tinham recebido 103,9 milhões de dólares, isto é, desde a crise de 2009 os banqueiros ganharam mais 128%. Absolutamente imoral e vergonhoso, foi como Barack Obama se referiu à situação e, em particular, ao facto de muitos bancos terem recebido ajudas estatais, ao mesmo tempo que mantinham o pagamento de avultados bónus aos seus gestores e trabalhadores.
Não sabemos o que se tem passado em Portugal em relação a esta problemática, mas são conhecidos os trambolhões de alguns bancos portugueses e os enormes buracos que criaram, para os quais os contribuintes são agora convocados a pagar.
Porém, os mesmos banqueiros de sempre circulam pelo interior do sistema sob a forma de administradores e de directores, sem que sejam apuradas as suas responsabilidades quanto à ligeireza, má fé ou incompetência com que destruiram a banca portuguesa. São, certamente os vampiros de que falava José Afonso em 1963, quando dizia que "batendo as asas pela noite calada" eles "vêm em bandos com pés de veludo, chupar o sangue fresco da manada".