segunda-feira, 3 de junho de 2024

José Mourinho sempre à caça dos milhões


O mundo do futebol é cada vez mais um mundo fantástico, que atrai multidões, que satisfaz emoções e que movimenta milhões, sobretudo no período que medeia entre o fim de uma época e o início da época seguinte. Nesse período, a que por vezes se chama o defeso, os clubes desportivos tentam reforçar as suas equipas de futebol através da contratação de jogadores e treinadores, ao mesmo tempo que procuram assegurar as suas fontes de financiamento, através de contratos para as transmissões televisivas ou para a exploração de espaços publicitários, que lhes garantam uma gestão desportiva e financeira equilibrada. Porém, a complicar a gestão dos clubes desportivos estão os adeptos e os seus entusiasmos, que exigem para o seu clube os melhores jogadores, os melhores técnicos e, naturalmente, os melhores resultados.
É nesse quadro que o Fenerbahçe Spor Kulübü, ou simplesmente Fenerbahçe, um importante clube turco de Istambul, tratou de contratar o treinador português José Mourinho. A fama deste treinador é tão grande que os jornais turcos esqueceram o Recep Tayyip Erdoğan, o Biden e o Trump, o Putin e o Zelensky, o Netanyahu e o Stoltemberg, porque, como diria o Camões, um Mourinho “mais alto se alevanta”. É ele que aparece em todas as primeiras páginas dos jornais. Ele é que é a notícia. Dizem os jornais que o treinador português vai ganhar 10 milhões de euros por época, acrescidos de bónus por objectivos atingidos. Não sei se ele é tão bom treinador como os dirigentes do Fenerbahçe pensam que é, mas sei que ele sabe muito de marketing e que sabe vender a sua imagem de marca como poucos, tendo levado os adeptos à loucura, como mostra a capa da edição de hoje do jornal desportivo fotoMaç.
Aos milhares de adeptos que o esperavam no Ulker Fenerbahçe Sukru Saracoglu Stadium, o novo ttreinador mostrou muita sabedoria e disse-lhes o que eles queriam ouvir: “Normalmente um treinador é amado depois de vitórias, mas neste caso sinto que sou amado ainda antes”, ou “esta camisola é a minha pele”, ou ainda, “os vossos sonhos são os meus sonhos”.