quinta-feira, 15 de abril de 2021

A retirada americana do Afeganistão

Depois dos tempos de Donald Trump e da sua controversa presidência, o presidente Joe Biden começa agora a tomar medidas importantes. Entre elas, encontra-se a decisão de retirar as tropas americanas do Afeganistão e acabar com a “guerra mais longa da América”.
Esse processo vai iniciar-se no próximo dia 1 de Maio e deverá estar concluído antes de 11 de Setembro, quando se perfazem vinte anos sobre os ataques às Torres Gémeas. Depois desses ataques, o presidente George W Bush mandou tropas americanas para o Afeganistão para derrubar o regime talibã, que dava abrigo a Osama bin Laden e à Al-Qaeda. Desde então e durante cerca de vinte anos de guerra contra os talibãs, morreram 2.488 americanos e 20.722 ficaram feridos.
Num discurso proferido na Casa Branca, Joe Biden declarou que “sou o quarto presidente americano que assiste à presença de tropas americanas no Afeganistão”, acrescentando: “Dois republicanos. Dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto”.
O número de soldados americanos no Afeganistão atingiu em 2010 um pico de mais de cem mil, mas esse número era de cerca de dez mil em 2015 e, actualmente, é de cerca de 2500 soldados. A NATO solidarizou-se com os Estados Unidos e tem cerca de dez mil soldados em território afegão, fortemente dependentes da infraestrutura americana, mas também anunciou que vai começar a retirar o seu pessoal. Entre eles há 175 militares portugueses que talvez nem saibam o porquê daquela guerra. 
A decisão de Joe Biden foi considerada um erro grave por alguns sectores políticos porque entendem que é uma retirada diante de um inimigo que ainda não foi vencido. Por isso, a publicitação da decisão de Biden foi enquadrada na imprensa, nomeadamente no influente The Washington Post, com uma fotografia do presidente em visita à Secção 60 do Arlington National Cemetery, onde estão sepultados os soldados americanos mortos no Iraque e no Afeganistão.
Naturalmente, foi uma visita cirúrgica para ter um efeito preciso - o apoio emocional dos americanos à sua decisão.

Cabo Verde: eleições e o voto da diáspora

No próximo domingo, dia 18 de Abril, vão realizar-se as eleições legislativas em Cabo Verde, um país onde se fala português, onde se pode dizer que cada um é do Sporting ou do Benfica e que goza da fama de ser um dos mais estáveis países africanos.
O país proclamou a sua independência no dia 5 de Julho de 1975, mas só em 1991 se normalizou a sua vida política e se realizaram as primeiras eleições democráticas.
Cabo Verde é um arquipélago com dez ilhas e com cerca de 500 mil habitantes, mas uma boa parte dessa população está emigrada e, por isso, a diáspora cabo-verdiana é conhecida como a 11ª ilha do arquipélago, sendo uma das principais fontes de receita do país. Por isso, os cabo-verdianos da diáspora vão votar para eleger os seus 72 deputados no próximo domingo.
Haverá 61 mesas de voto em Portugal, distribuídas por todo o território, destacando-se a Amadora (10), Sintra (8), Lisboa (4) e Almada, Loures, Oeiras e Seixal, com três mesas em cada um destes concelhos. Porém, os cabo-verdianos também vão a votos em vários países europeus, nomeadamente no Luxemburgo, onde cerca de 1600 nacionais terão quatro mesas para votar, o que o jornal Le Quotidien destaca em primeira página na sua edição de hoje. É um sinal da simpatia, de respeito e de sentido inclusivo para com a comunidade cabo-verdiana.
Nas eleições do próximo domingo os principais partidos concorrentes são o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) com posições de centro-esquerda e o Movimento para a Democracia (MpD) com posições de centro-direita.