Depois dos tempos
de Donald Trump e da sua controversa presidência, o presidente Joe Biden começa
agora a tomar medidas importantes. Entre elas, encontra-se a decisão de retirar
as tropas americanas do Afeganistão e acabar com a “guerra mais longa da América”.
Esse processo vai
iniciar-se no próximo dia 1 de Maio e deverá estar concluído antes de 11 de
Setembro, quando se perfazem vinte anos sobre os ataques às Torres Gémeas. Depois
desses ataques, o presidente George W Bush mandou tropas americanas para o
Afeganistão para derrubar o regime talibã, que dava abrigo a Osama bin Laden e
à Al-Qaeda. Desde então e durante cerca de vinte anos de guerra contra os
talibãs, morreram 2.488 americanos e 20.722 ficaram feridos.
Num discurso proferido
na Casa Branca, Joe Biden declarou que “sou o quarto presidente americano que
assiste à presença de tropas americanas no Afeganistão”, acrescentando: “Dois
republicanos. Dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um
quinto”.
O número de
soldados americanos no Afeganistão atingiu em 2010 um pico de mais de cem mil, mas
esse número era de cerca de dez mil em 2015 e, actualmente, é de cerca de 2500
soldados. A NATO solidarizou-se com os Estados Unidos e tem cerca de dez mil
soldados em território afegão, fortemente dependentes da infraestrutura americana,
mas também anunciou que vai começar a retirar o seu pessoal. Entre eles há 175 militares portugueses que talvez nem saibam o porquê daquela guerra.
A decisão de Joe
Biden foi considerada um erro grave por alguns sectores políticos porque
entendem que é uma retirada diante de um inimigo que ainda não foi vencido. Por isso, a publicitação
da decisão de Biden foi enquadrada na imprensa, nomeadamente no influente The
Washington Post, com uma fotografia do presidente em visita à Secção 60
do Arlington National Cemetery, onde estão sepultados os soldados americanos
mortos no Iraque e no Afeganistão.
Naturalmente, foi uma visita cirúrgica para ter um efeito preciso - o apoio emocional dos americanos à sua decisão.
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