Angola comemorou 11 anos de paz e de progresso e o Jornal de Angola evocou o “dia que mudou o curso da História”, ao relembrar que o país atravessou quatro décadas da sua história em guerra – de 1961 a 1974 contra o poder colonial português e a partir de 1975 numa guerra civil. No dia 4 de Abril de 2002 foi assinado o acordo que pôs fim à guerra entre o governo do MPLA-Popular de Libertação de Angola e a UNITA-Nacional para a Independência Total de Angola, as duas formações políticas de maior influência no país. Os dois partidos calaram as armas e puseram um ponto final a 27 anos de guerra civil.
O impacto da paz repercutiu-se de imediato na economia angolana que, entre 2004 e 2008, registou um crescimento médio de 17% ao ano, suportado pelos aumentos da produção e do preço do petróleo. Porém, com a crise internacional e a acentuada descida das receitas petrolíferas as taxas de crescimento reduziram-se para valores entre 2,4% e 3,4% entre 2009 e 2011. Essa realidade revela que o boom económico angolano deve ser visto com prudência, porque assenta largamente no petróleo que constitui a quase totalidade das exportações do país, mas também porque ainda há muitos angolanos a viver numa situação de pobreza e existe uma desproporcionada concentração de actividades em torno da cidade de Luanda. Para além disso, existem elevados níveis de corrupção, claramente revelados pelos Corruption Perceptions Index 2012 da Transparência Internacional que colocam Angola em 157º lugar entre 174 países.