quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Napoleão e os seus muitos chapéus...

O filme Napoléon do realizador britânico Ridley Scott teve a sua estreia mundial ontem, tendo sido particularmente aplaudido na Córsega, a terra natal do Imperador, e na Provença, a região que conserva muitas das memórias daquele a que os franceses também chamam “le Petit Caporal”. Vários jornais franceses, como por exemplo La Provence que se publica em Marselha, dedicaram grandes crónicas ao filme que mostra as origens e a ascensão política do grande comandante militar que foi Napoleão Bonaparte, através do seu relacionamento íntimo com Josephine de Beauharnais, a “mulher que foi a única pessoa a dominar a fera”, mas que apresenta as principais batalhas da sua carreira militar, como Marengo, Austerlitz, Borodino, Waterloo e o seu exílio na ilha de Santa Helena. Porém, o filme só teve o apreço de 75% dos espectadores franceses, tendo sido muito criticado enquanto versão hollywoodesca da glória napoleónica da França que surge demasiado americanizada e com algumas falhas em relação à verdade histórica.
A estreia do filme despertou uma onda de entusiasmo em torno da figura de Napoleão. Um chapéu que que lhe pertenceu – o famoso bicorne preto com a sua faixa azul, branca e vermelha – foi vendido no passado domingo num leilão realizado em Fontainebleau pela Casa Osenat, pela quantia de 1932 milhões de euros!
Este leilão atraiu coleccionadores de todo o mundo e deu origem a uma verdadeira batalha de licitações na sala, no telefone e na internet, tendo a Casa Osenat batido o seu próprio record que, desde 2014, estava em 1884 milhões de euros. Segundo foi anunciado, conhecem-se vinte chapéus de Napoleão, dos quais quinze estão em museus e cinco em colecções privadas. Muitos chapéus tinha o Napoleão ou, como diria um amigo meu, “chapéus há muitos”