quinta-feira, 3 de maio de 2012

José Mourinho, português de excelência

A equipa do Real Madrid, comandada pelo português José Mourinho, assegurou a vitória na Liga Espanhola de Futebol, quebrando um ciclo de três vitórias consecutivas do rival Barcelona. A enorme rivalidade futebolística entre as equipas mais representativas das cidades de Madrid e Barcelona, dá sempre origem a grandes explosões de alegria. Assim aconteceu mais uma vez, agora em Madrid. Porém, apesar da equipa do Real Madrid incluir alguns campeões do mundo como Casillas, Ramos e Alonso e vários jogadores portugueses como Ronaldo, Pepe e Coentrão, os adeptos e a comunicação social elegeram José Mourinho como o seu herói e o ícone do sucesso. A vitória agora obtida em Espanha junta-se às vitórias que já alcançara em Portugal, na Inglaterra e na Itália, tornando-o um caso raro ou mesmo um fenómeno no mundo do futebol, ao tornar a função de treinador de futebol num verdadeiro caleidoscópio de inteligência, estratégia, rigor, disciplina, sabedoria, psicologia, liderança, arte e até de técnica futebolística. O diário El Pais puxou para a sua primeira página a fotografia de Mourinho a ser levantado pelos jogadores e a generalidade dos jornais espanhóis reproduziram nas suas capas a mesma fotografia. Nunca um português foi tão festejado em Espanha!

Haja mais contenção na CGD!

A Caixa Geral de Depósitos divulgou o seu relatório de 2011 sobre o governo do banco, no qual revela os seus principais elementos de gestão e os seus custos e, neste aspecto, a administração distingue-se pela voracidade com que se abona. Poderia esperar-se mais contenção no banco do Estado, mas aquela gente julga-se protegida pelas muralhas de um castelo feudal, deixando que os sacrifícios fiquem para os seus servos. E acumula lugares e lugares. Negócios e negócios privados. Parece a Idade Média! De facto, no mandato que iniciaram a 23 de Julho de 2011, os oito membros da administração da CGD, só em remunerações receberam 713 mil euros, mais quase 51 mil euros em gastos com comunicações móveis, mais cerca de 7.500 euros em subsídio de refeição e mais 131.305 euros relativos ao regime de protecção social, isto é, contribuições para a Segurança Social e para o fundo de pensões do banco. Tudo somado, a administração da CGD representou um custo de 903 mil euros em seis meses. Porém, naqueles custos não estão incluídos os custos correspondentes aos automóveis e aos motoristas. Também nesse aspecto se poderia esperar mais contenção no banco do Estado, mas aquela gente não prescinde de viaturas topo de gama, custando quase cem mil euros cada uma - Mercedes S320, Mercedes E350, BMW 535, Audi A7 e Audi A6. Supostamente, não há ilegalidade nestes comportamentos de novo-riquismo que vêm do tempo das “vacas gordas”. Porém, na grave situação social que atravessamos e que a CGD bem conhece, tudo isto é altamente censurável. É uma pouca vergonha. Haja mais contenção na CGD!

O mercado da arte é um porto seguro

Ontem em Nova York, a Sotheby’s levou a leilão uma das quatro versões do quadro O Grito do norueguês Edvard Munch (1863-1944), que foi adquirido por um comprador anónimo pela importância de 119,92 milhões de dólares, tornando-se a mais cara obra de arte adquirida num leilão. O quadro foi pintado em 1895 e pertencia a um coleccionador privado norueguês, cujo pai foi amigo e mecenas do pintor. Das restantes versões de O Grito, duas estão na posse do Museu Munch, em Oslo, enquanto a terceira pertence à Galeria Nacional, também na capital norueguesa. Em tempo de crise económica é curioso verificar como não faltam capitais nem interessados no mercado da arte. O anterior valor máximo de uma venda de arte em leilão pertencia a um quadro de Picasso - o Nu no Atelier do Escultor - que alcançou 106,48 milhões de dólares num leilão realizado em 2010 pela Christie's. No mesmo ano, a escultura O Homem que Caminha, de Alberto Giacometti, atingira 104,32 milhões de dólares, num leilão da Sotheby's em Londres. Como curiosidade refere-se que, tanto quanto sabemos, o valor máximo alguma vez realizado num leilão de arte por obras de autores portugueses aconteceu em 2011 em Paris, quando o quadro Saint-Fargeau de Maria Helena Vieira da Silva foi vendido por 1.544.701 euros. Estes montantes parecem revelar que, em tempo de crise e de incerteza global, o mercado da arte continua a ser um porto seguro para muitos investidores.