sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

PyeongChang pode aproximar as Coreias?

Os XXIII Jogos Olímpicos de Inverno foram hoje oficialmente abertos em PyeongChang, na Coreia do Sul, com uma espectacular cerimónia de abertura que também ficou marcada pelo cumprimento do Presidente da Coreia do Sul à irmã mais nova do líder da Coreia do Norte. Este aperto de mão e o facto dos atletas das duas Coreias terem marchado sob uma bandeira da Coreia unificada no desfile de abertura, são sinais bem encorajadores de uma aproximação histórica entre as duas Coreias. Foi realmente um passo importante porque, em termos técnicos, os dois países continuam em guerra, já que em 1953 apenas foi assinado um armistício. É, portanto, um raro momento de aproximação que acontece numa época de grande tensão, embora aparentemente aconteça sem o apoio dos Estados Unidos. Porém, o grande desafio acontecerá quando terminarem os Jogos Olímpicos e expirar a “trégua olímpica”, pois só então se poderá ver se esta aproximação tem pernas para andar.
No que respeita aos aspectos desportivos dos Jogos Olímpicos, os principais aspectos a salientar são a participação de atletas de 92 países, que competirão em 15 disciplinas de inverno e poderão ter acesso a 102 finais.
As maiores delegações presentes em PyeongChang vieram dos Estados Unidos e do Canadá. A participação portuguesa é meramente simbólica e será assegurada por dois atletas: Arthur Hanse e Kequyen Lam.
Arthur Hanse é descendente de emigrantes portugueses, vive em Lyon e vai competir em slalom gigante e slalom; Kequyen Lam é filho de pais chineses que fugiram do Vietnam para Macau por causa da guerra sino-vietnamita e que, mais tarde, emigrou para o Canadá onde vive e vai competir em esqui de fundo.
Muitos jornais internacionais como o US Today dedicaram as suas edições de hoje aos Jogos Olímpicos, mas a imprensa portuguesa ignorou o assunto. É compreensível.