No passado domingo o Primeiro-ministro iraquiano
Haider al-Abadi anunciou o início de importantes operações militares visando a
recaptura da cidade de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, que tinha sido
ocupada pelo Daesh no início de 2014. Foi exactamente em Mossul que Abu Bakr al-Baghdadi, o líder
do Daesh, declarou em Junho de 2014 o estabelecimento de um califado.
Mossul
tem, por isso, um valor simbólico e estratégico para o Daesh, pois transformou
a cidade num santuário experimental do seu radicalismo, onde impõe a sua
brutalidade e a sua tirania através de inúmeras e bárbaras execuções públicas
de elementos da população ou até dos seus combatentes, uns acusados de
colaboracionismo com os “infiéis” e outros de falta de combatividade ou de
tentativa de deserção. Mossul tornou-se um centro de terror e, por isso, é um
desafio para o Iraque e para os seus aliados. Daí esta grande ofensiva que
também foi anunciada e é patrocinada por Barack Obama.
Segundo refere a imprensa internacional, designadamente
o diário inglês The
Independent, as forças iraquianas têm avançado pelo sul com o apoio aéreo americano
e de forças especiais americanas, inglesas e francesas, enquanto as forças
curdas, conhecidas por peshmerga, avançam por leste em direcção à cidade, que se
supõe dispor de cerca de cinco mil combatentes jihadistas. Embora estejam
anunciados progressos das forças que convergem para Mossul, teme-se que a
cidade esteja minada, que estejam montadas muitas armadilhas e que a população
possa ser utilizada como escudo humano, o que irá dificultar e demorar a
recaptura da cidade. Por isso, há grandes preocupações humanitárias em relação
ao milhão e meio de habitantes da cidade. O que parece não haver dúvidas é que
a batalha por Mossul vai ser uma operação ou uma batalha como nunca aconteceu.