No passado
domingo realizou-se a primeira volta das eleições parlamentares francesas, a
que concorreram cerca de 6.000 candidatos com idades compreendidas entre os 18
e os 92 anos, que procuravam ser escolhidos para os 577 lugares de deputados na
Assembleia Nacional francesa. Havia cerca de 48,7 milhões de eleitores
inscritos, mas houve uma abstenção de 52,5%, que foi a maior de sempre em
eleições parlamentares.
O imprevisto
aconteceu: a coligação Ensemble! que
agrega os aliados centristas do presidente Emmanuel Macron e a NUPES (Nova União Popular, Ecológica e
Social), uma frente unida de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon, obtiveram
ambos 25,7% dos votos, pelo que ambos reclamaram vitória. O Rassemblement National, o partido de Marine Le Pen, obteve 18,95% dos votos, enquanto a coligação de direita moderada que inclui os Republicanos, conseguiu 10,5% dos votos.
Na segunda volta, que
vai ser disputada no próximo domingo, o presidente Macron não tem garantida a
maioria parlamentar de 289 deputados para o apoiar nos próximos cinco anos e
esse será um facto político surpreendente, pelo que Mélenchon até já veio
afirmar que vai ser o próximo primeiro-ministro de França.
Hoje o jornal Le
Monde publica um mapa com os resultados eleitorais da primeira volta, onde
se vê como a França está dividida e desinteressada da política, não só pelo nível
histórico da abstenção, mas também por ameaçar a maioria absoluta do presidente
Emmanuel Macron, o que pode gerar instabilidade em França e alterar o quadro
político da União Europeia, sobretudo num tempo de grandes incertezas.