sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A percepção da corrupção na Lusofonia

A Transparência Internacional acaba de publicar o seu Corruption Perceptions Index 2017, mas a generalidade da imprensa internacional continua sem valorizar este indicador. Este ano, porém, o jornal brasileiro O Liberal que se publica em Belém, no Pará, chamou a atenção para o facto de o Brasil ter caído 17 posições no ranking desse indicador da corrupção, passando da sua “metade menos corrupta” para a sua metade “mais corrupta”.
Embora esse índice não possa ser tomado como um valor absoluto, ele permite saber que a Nova Zelândia e a Dinamarca disputam o título de “mais honesto país do mundo”, mas também permite que se façam algumas comparações e se analise a sua evolução. Assim, tratamos de aqui fazer uma análise do que se passa, em termos relativos, nos países onde se fala português.
Verificamos que Portugal está na 29ª posição mundial e que melhorou ligeiramente desde 2012 quando ocupava a 33ª posição. No ranking mundial aparecem depois Cabo Verde na 48ª posição e S. Tomé e Príncipe na 64ª posição, mas enquanto Cabo Verde tem um retrocesso pois em 2012 ocupava a 39ª posição, já S. Tomé e Príncipe melhorou nos últimos cinco anos, pois ocupava a 72ª posição. Timor Leste tem um significativo progresso pois passou da 113ª posição em 2012 para a 91ª posição em 2017, isto é, melhorou 22 posições!
Segue-se o Brasil que desceu 17 posições num ano e que, desde 2012, desceu 27 lugares, ocupando agora a 96ª posição. Finalmente, na lista de 180 países, encontramos Moçambique (153º), Angola (167º) e Guiné-Bissau (171º) que, nos últimos cinco anos, têm descido no Índice da Percepção da Corrupção.
Note-se que cada país recebe uma pontuação entre 0 (correspondente a alto grau de corrupção) e 100 (correspondente a baixo grau de corrupção) e que, em 2017, mais de dois terços dos 180 países avaliados tiveram nota abaixo de 50.
Portanto, a corrupção e a sua percepção nos países lusófonos não são nada animadoras.