O Papa Francisco
termina hoje a sua visita a Portugal, que está a constituir um extraordinário acontecimento
não só para os católicos que estiveram em Lisboa, mas também para todos os
portugueses que acompanharam a visita através dos meios da comunicação social. A
popularidade do Papa, a alegria, o gesto e a sua palavra marcaram a visita
papal, com a qual todos os portugueses se podem justamente orgulhar. A
capacidade de organização foi notável e só foi possível num país que, apesar de
muitas limitações, dificuldades e contradições, quando se decide a pensar e a
planear, também mostra uma evidente maturidade, uma grande ambição e um
insuperável poder de concretização. A visita do Papa Francisco ficará como uma
marca importante da capacidade portuguesa para realizar grandes projectos de
escala planetária, quando se juntam energias e vontades. Era difícil imaginar
um acontecimento desta dimensão tão participado e com a presença ordenada e
festiva de um milhão e meio de pessoas na missa celebrada hoje no Parque Tejo,
muitos dos quais provenientes do estrangeiro.
Porém, a visita
do Papa Francisco também trouxe um renovado apelo à paz na Ucrânia, uma palavra para que todos voltem à Igreja e um estímulo para que surja uma nova atitude da comunidade perante a Igreja Católica, ou um quase
renascimento religioso, em que as velhas convicções e posturas dogmáticas, por
vezes de inspiração medieval, estão a dar lugar a uma Nova Igreja de Roma,
feita de alegria e de juventude, de festa e de diversão, de partilha e de
sentido de comunidade, de procura do bem comum e de amor à paz.
Expresso a minha gratidão por esta missão do Papa Francisco e o meu aplauso às
Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e a todos os que, quase sempre
anonimamente, contribuíram para construir esta página importante da história
contemporânea portuguesa.