domingo, 6 de agosto de 2023

O Papa Francisco voltou a apelar à paz

O Papa Francisco termina hoje a sua visita a Portugal, que está a constituir um extraordinário acontecimento não só para os católicos que estiveram em Lisboa, mas também para todos os portugueses que acompanharam a visita através dos meios da comunicação social. A popularidade do Papa, a alegria, o gesto e a sua palavra marcaram a visita papal, com a qual todos os portugueses se podem justamente orgulhar. A capacidade de organização foi notável e só foi possível num país que, apesar de muitas limitações, dificuldades e contradições, quando se decide a pensar e a planear, também mostra uma evidente maturidade, uma grande ambição e um insuperável poder de concretização. A visita do Papa Francisco ficará como uma marca importante da capacidade portuguesa para realizar grandes projectos de escala planetária, quando se juntam energias e vontades. Era difícil imaginar um acontecimento desta dimensão tão participado e com a presença ordenada e festiva de um milhão e meio de pessoas na missa celebrada hoje no Parque Tejo, muitos dos quais provenientes do estrangeiro.
Porém, a visita do Papa Francisco também trouxe um renovado apelo à paz na Ucrânia, uma palavra para que todos voltem à Igreja e um estímulo para que surja uma nova atitude da comunidade perante a Igreja Católica, ou um quase renascimento religioso, em que as velhas convicções e posturas dogmáticas, por vezes de inspiração medieval, estão a dar lugar a uma Nova Igreja de Roma, feita de alegria e de juventude, de festa e de diversão, de partilha e de sentido de comunidade, de procura do bem comum e de amor à paz.
Expresso a minha gratidão por esta missão do Papa Francisco e o meu aplauso às Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e a todos os que, quase sempre anonimamente, contribuíram para construir esta página importante da história contemporânea portuguesa.

1 comentário:

  1. Àparte agnosticismos, ateísmo ou crenças, Francisco não veio pregar o catecismo, mas falar na vida real, de todos os dias, nos seus humanismos, solidariedades, uniões, humildades, tolerâncias, enfim, em todos os valores que dignificam o Homem e que tantas vezes, os interesses, as ganâncias, as invejas, as sedes do poder, as vaidades, fazem esquecer e atropelar.
    Francisco não veio catequizar ninguém, não veio convencer ninguém de que é o seu Deus que existe, apenas que Ele abraça todos e a todos ama e perdoa, que não conhece fronteiras (alfândegas) nem diferenças pré-concebidas e a invocar e convidar a seguir, em concreto, o que dignifica o ser humano.
    Ao mesmo tempo, o seu discurso é um verdadeiro fabricante de “carapuços” que alguns, para não dizer muitos, deveriam enfiar.
    É tudo isso que faz dele o extraordinário ser humano que é e que se rendam ao seu discurso tantos crentes, independentemente da sua religião, agnósticos e ateus. E do seu discurso e comportamento, alguma coisa há de ficar na cabeça dos condutores do mundo de amanhã que são estes jovens “lisboetas” por uns dias e, quem sabe, dos de hoje.
    Mas nem tudo são rosas quanto à sua acção. Quem quiser e puder, pode fazer uma ideia das fortes oposições que se lhe deparam no programa "As últimas batalhas do Papa Francisco" emitido na passada sexta feira dia 4, pelas 23:00, ou no sábado seguinte pelas 01:30, na RTP3.

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