Os jornais
galegos anunciaram hoje com grande destaque que os estaleiros públicos
Navantia, na cidade de Ferrol, vão construir um buque de acción marítima (BAM) que representa um investimento de
200 milhões de euros e que essa encomenda garantirá cerca de 500 postos de
trabalho durante um período de 30 meses. A notícia informa que nos estaleiros
da Navantia situados na Bahía de Cadiz será construído um navio idêntico, pelo mesmo preço e com o mesmo impacto no emprego. A
importância destas encomendas é enorme para a economia de duas das mais
debilitadas regiões da Espanha – Galiza e Andaluzia – pois irá ter uma grande repercussão
no emprego directo daquelas regiões autónomas, mas também nas suas indústrias a
montante. No entanto, a oposição espanhola veio lamentar que o governo de
Mariano Rajoy tivesse anunciado estas decisões de investimento em vésperas das
eleições europeias, o que para ela significa uma lamentável cedência ao eleitoralismo.
O BAM é um navio
modular que desloca 2500 toneladas e tem 93,9 metros de comprimento, resultando
de um projecto desenvolvido pela Navantia e pela Armada espanhola, que pode ser
adaptado a diferentes propósitos – navio polivalente, navio de operações contra
o tráfico, navio hidro e oceanográfico, navio de busca e salvamento, etc. Os
dois navios que vão ser construídos serão semelhantes aos que recentemente estiveram
nas águas da Somália para proteger os atuneiros espanhóis, têm uma guarnição de
35 elementos, são altamente automatizados, possuem plataforma para um
helicóptero e podem adicionalmente embarcar 110 elementos.
Aqui em Portugal,
como algumas vezes salientamos, não se aproveitaram as potencialidades da nossa
indústria naval para satisfazer as necessidades de um país que possui a maior Zona
Económica Exclusiva da União Europeia e, entre outras medidas lesivas da nossa
economia, foram encerrados e vendidos ao desbarato os Estaleiros Navais de
Viana do Castelo, uma obra feita por um advogado que, sem saber porquê, é Ministro da
Defesa.