sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

A chegada a Marte é mesmo Perseverança

Em missão da NASA, o rover Perseverance que transporta um verdadeiro laboratório robótico, aterrou ou amartou (?) ontem pelas 20 horas e 56 minutos em Marte e, se fosse vivo, o escritor Júlio Verne voltaria a festejar mais uma das suas fabulosas premonições, que já não é só “da Terra à Lua”, mas muito mais do que isso!
O Perseverance tinha partido no dia 30 de Julho de 2020 num foguetão lançado a partir de Cabo Canaveral e demorou quase oito meses numa viagem espacial de cerca de 470 milhões de quilómetros, mas os preparativos da viagem e a concepção dos instrumentos científicos que transportou desenvolveram-se desde há muitos anos. A partir de agora o Perseverance vai ter muito trabalho para que os seus instrumentos e tecnologias cumpram o seu principal objectivo, que é o de saber se há vida no planeta vermelho, mas também o de compreender melhor a sua constituição geológica.
Esta missão é, sem dúvida, um dos maiores desafios científicos do nosso tempo e consagra um longo historial de pesquisas e de estudos espaciais que remontam aos anos 1960 do século passado, quando a União Soviética e, depois, os Estados Unidos começaram a sonhar com a ideia de chegar a Marte. Foi uma grande vitória da Ciência e seguramente que os Estados Unidos vão utilizar este acontecimento para alavancar o verdadeiro espírito americano, tão abalado pela crise pandémica, pela crise social e pelas tropelias do Donald que tanto perturbaram a América.
Nas suas edições de hoje a imprensa mundial destacou o sucesso da viagem do Perseverance e tratou de publicar a primeira e histórica imagem captada pelas suas câmaras que, tal como os outros sinais da Terra para Marte ou de Marte para a Terra, demoram entre três e 22 minutos. Estamos realmente no mundo sonhado por Júlio Verne.

Álvaro Siza e a inovação na arquitectura

A plataforma internacional de arquitectura ArchDaily que foi criada em 2008 em Nova Iorque, agrega muitos profissionais da arquitectura, do design, construção e da comunicação especializada de todo o mundo. Todos os anos, através das votações dos seus membros, a plataforma escolhe os Edifícios do Ano em quinze categorias, entre as quais a categoria de Arquitectura Cultural. Este ano, a partir de cerca de 4500 projectos submetidos a concurso, foram escolhidos os 75 finalistas – cinco em cada categoria.
A votação final escolheu como vencedor do prémio Edifício do Ano 2021 na categoria de Arquitectura Cultural o MoAE – Museum of Art and Education de Ningbo, uma cidade situada a sul de Xangai na costa leste da China. Esse projecto, da autoria de Álvaro Siza e Carlos Castanheira, foi o mais votado dos cinco projectos da sua categoria, que incluía obras localizadas na Suíça, China, Alemanha e França.
O museu fica situado junto de um lago, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de Novembro. O edifício tem 25 metros de altura e em vez de escadas a ligar os seus cinco andares, faz essa ligação por uma rampa sem barreiras. A iluminação natural é assegurada por janelas situadas apenas no rés-do-chão e no topo do edifício. O edifício tem uma forma triangular, delineado por paredes contínuas com cantos curvos em vez de angulares e é revestido com chapas de alumínio corrugado, mais escuro do que a paisagem envolvente e cuja cor muda de preto para prata, consoante a incidência da luz solar.
Há dois dias o jornal hoje macau tinha divulgado esta obra dos dois arquitectos portugueses e parecia antecipar este prémio. O nosso aplauso!