Em missão da
NASA, o rover Perseverance que transporta um verdadeiro laboratório robótico, aterrou
ou amartou (?) ontem pelas 20 horas e 56 minutos em Marte e, se fosse vivo, o
escritor Júlio Verne voltaria a festejar mais uma das suas fabulosas
premonições, que já não é só “da Terra à Lua”, mas muito mais do que isso!
O Perseverance tinha partido no dia 30 de
Julho de 2020 num foguetão lançado a partir de Cabo Canaveral e demorou quase
oito meses numa viagem espacial de cerca de 470 milhões de quilómetros, mas os
preparativos da viagem e a concepção dos instrumentos científicos que
transportou desenvolveram-se desde há muitos anos. A partir de agora o Perseverance vai ter muito trabalho para
que os seus instrumentos e tecnologias cumpram o seu principal objectivo, que é
o de saber se há vida no planeta vermelho, mas também o de compreender melhor a
sua constituição geológica.
Esta missão é,
sem dúvida, um dos maiores desafios científicos do nosso tempo e consagra um
longo historial de pesquisas e de estudos espaciais que remontam aos anos 1960
do século passado, quando a União Soviética e, depois, os Estados Unidos
começaram a sonhar com a ideia de chegar a Marte. Foi uma grande vitória da
Ciência e seguramente que os Estados Unidos vão utilizar este acontecimento
para alavancar o verdadeiro espírito americano, tão abalado pela crise pandémica,
pela crise social e pelas tropelias do Donald que tanto perturbaram a América.
Nas suas edições
de hoje a imprensa mundial destacou o sucesso da viagem do Perseverance e tratou de publicar a primeira e histórica imagem
captada pelas suas câmaras que, tal como os outros sinais da Terra para Marte
ou de Marte para a Terra, demoram entre três e 22 minutos. Estamos realmente no
mundo sonhado por Júlio Verne.