terça-feira, 20 de junho de 2023

EUA e RPC: cooperação ou conflito?

No quadro internacional que actualmente se vive, em que para além dos desastres naturais, se sucedem provocações, ameaças, tensões e o rearmamento em larga escala de muitos países, o encontro havido ontem em Pequim entre o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken e o presidente chinês Xi Jinping, é um dos mais importantes acontecimentos do ano. Estão em causa a hegemonia e a liderança mundial, bem como diversas situações que têm contribuído para a tensão entre as duas maiores economias do mundo, sobretudo em relação a Taiwan, mas também a respeito das reividicações chinesas sobre o mar do Sul da China, da rivalidade tecnológica, do comércio e das práticas dos gigantes digitais chineses. Naturalmente, o conflito na Ucrânia também esteve na ordem do dia.
Desde 2018 que as duas superpotências não se reuniam e fizeram-no agora para melhorar as suas relações bilaterais e escolher entre a cooperação e o conflitoDa leitura da imprensa ressaltam poucas declarações sobre esta cimeira sino-americana, pois Xi Jinping apenas disse que se “fizeram progressos” durante o encontro e Blinken afirmou que “a China renovou a promessa de não fornecer armas à Rússia”. Significa que o diálogo entre Blinken e Xi Jinping não resolveu nenhum dos assuntos em que divergem, mas aliviou a tensão entre chineses e americanos. Sobre a problemática ucraniana que terá sido um importante tema de discussão, a China afirmou-se neutra e defensora de uma paz justa, mas nunca condenou a invasão russa da Ucrânia.
O jornal chinês Shanghai Daily destaca o encontro com uma fotografia a toda a largura da primeira página e salienta a vontade de Xi Jinping em estabelecer laços estáveis com os Estados Unidos.