No quadro
internacional que actualmente se vive, em que para além dos desastres naturais,
se sucedem provocações, ameaças, tensões e o rearmamento em larga escala de
muitos países, o encontro havido ontem em Pequim entre o secretário de Estado
norte-americano Antony Blinken e o presidente chinês Xi Jinping, é um dos mais
importantes acontecimentos do ano. Estão em causa a hegemonia e a liderança mundial,
bem como diversas situações que têm contribuído para a tensão entre as duas
maiores economias do mundo, sobretudo em relação a Taiwan, mas também a
respeito das reividicações chinesas sobre o mar do Sul da China, da rivalidade
tecnológica, do comércio e das práticas dos gigantes digitais chineses.
Naturalmente, o conflito na Ucrânia também esteve na ordem do dia.
Desde 2018 que as
duas superpotências não se reuniam e fizeram-no agora para melhorar as suas
relações bilaterais e escolher entre a cooperação
e o conflito. Da leitura da
imprensa ressaltam poucas declarações sobre esta cimeira sino-americana, pois Xi
Jinping apenas disse que se “fizeram progressos” durante o encontro e Blinken afirmou
que “a China renovou a promessa de não fornecer armas à Rússia”. Significa que
o diálogo entre Blinken e Xi Jinping não resolveu nenhum dos assuntos em que
divergem, mas aliviou a tensão entre chineses e americanos. Sobre a
problemática ucraniana que terá sido um importante tema de discussão, a China
afirmou-se neutra e defensora de uma paz justa, mas nunca condenou a invasão
russa da Ucrânia.
O jornal chinês Shanghai
Daily destaca o encontro com uma fotografia a toda a largura da
primeira página e salienta a vontade de Xi Jinping em estabelecer laços
estáveis com os Estados Unidos.
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