sábado, 3 de setembro de 2022

A Índia e o reforço do seu poder naval

Decorreu ontem no porto de Cochim, no estado indiano de Kerala, a cerimónia de incorporação na Marinha da India do novo porta-aviões INS Vikrant, que foi presidida pelo primeiro-ministro Narendra Modi.
O INS Vikrant foi construído nos estaleiros da Cochin Shipyard Limited, é o primeiro porta-aviões concebido e construído na Índia e, só por isso, é um motivo de orgulho nacional e de confiança quanto às capacidades industriais e tecnológicas do país, apesar da sua construção se ter arrastado durante 13 anos e ter custado cerca de 2,5 mil milhões de dólares. O primeiro-ministro Modi chamou-lhe uma “cidade flutuante” com 1700 tripulantes e considerou-o um “símbolo do potencial nacional”, tendo proporcionado um momento histórico para a Índia e para o seu chefe do governo, por ser um incentivo que pode impulsionar a indústria indiana de defesa.
O navio mede 262 metros de comprimento e tem quase 60 metros de altura, podendo alojar 30 aviões de combate e helicópteros. Com o INS Vikramaditya, o outro porta-aviões indiano, a Índia torna-se cada vez mais um importante e ambicioso actor no cenário geopolítico internacional.
A imprensa indiana de hoje dá conta da entrada ao serviço do novo navio e o jornal The Hindu, chama-lhe “sentinel of the seas”, ao mesmo tempo que analisa o crescente aumento do poder militar indiano.
Duas curiosidades sobre o Vikrant e sobre Cochim.
- O INS Vikrant é o segundo porta-aviões indiano com este nome, tendo o primeiro entrado ao serviço em 1961 e tomado parte nas operações que levaram à “queda da Índia Portuguesa”.
- Cochim foi “o primeiro porto português da Índia”, foi visitado por Pedro Álvares Cabral em 1500 e foi lá que morreu Vasco da Gama na noite de Natal de 1524. Em 1663, após uma presença de um século e meio, os holandeses expulsaram os portugueses da cidade e da costa do Malabar.