A propósito da
passagem do 39º aniversário do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que
foi instituído em 1982 pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios
(ICOMS) e que foi adoptado pela UNESCO no ano seguinte, o Jornal de Angola destacou
na sua edição de hoje a necessidade de serem preservados os monumentos e sítios
angolanos susceptíveis de classificação, isto é, de proteger e conservar o
património cultural. Actualmente as autoridades nacionais angolanas já
classificaram 280 bens culturais como património cultural imóvel e em 2017
tinham visto os vestígios de Mbanza Kongo, a antiga capital do reino do Kongo,
serem inscritos pela UNESCO na sua lista do Património Cultural da Humanidade.
Porém, enquanto a maioria dos bens identificados como Património Cultural
Nacional necessitam de urgentes intervenções de conservação e restauro, o
trabalho de preservação dos vestígios de Mbanza Kongo que têm sido realizados
pelas autoridades angolanas, foram recentemente elogiados pela UNESCO.
O destaque que o Jornal
de Angola dá a este tema serve para estimular a reflexão de todos os
agentes públicos e privados angolanos quanto às suas responsabilidades na
preservação do património, até porque o Ministério da Cultura, Turismo e
Ambiente já inventariou 1.357 bens culturais que estão pré-seleccionados para
serem estudados e eventualmente classificados.
Naturalmente,
haverá nesses bens culturais alguns de origem portuguesa e essa circunstância é
uma consequência da História. Tal como no canto sudoeste da Europa, que hoje se
chama Portugal, houve a ocupação romana, a árabe e outras, que trouxeram
benefícios culturais à sociedade portuguesa, também Angola beneficiou
culturalmente da presença portuguesa. A História é exactamente assim, isto é,
um fluxo de interacções culturais entre diferentes povos e em diferentes
circunstâncias temporais e espaciais, que nem sempre foram pacíficas.