segunda-feira, 19 de abril de 2021

Angola e a preservação do seu património

A propósito da passagem do 39º aniversário do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que foi instituído em 1982 pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMS) e que foi adoptado pela UNESCO no ano seguinte, o Jornal de Angola destacou na sua edição de hoje a necessidade de serem preservados os monumentos e sítios angolanos susceptíveis de classificação, isto é, de proteger e conservar o património cultural. Actualmente as autoridades nacionais angolanas já classificaram 280 bens culturais como património cultural imóvel e em 2017 tinham visto os vestígios de Mbanza Kongo, a antiga capital do reino do Kongo, serem inscritos pela UNESCO na sua lista do Património Cultural da Humanidade. 
Porém, enquanto a maioria dos bens identificados como Património Cultural Nacional necessitam de urgentes intervenções de conservação e restauro, o trabalho de preservação dos vestígios de Mbanza Kongo que têm sido realizados pelas autoridades angolanas, foram recentemente elogiados pela UNESCO.
O destaque que o Jornal de Angola dá a este tema serve para estimular a reflexão de todos os agentes públicos e privados angolanos quanto às suas responsabilidades na preservação do património, até porque o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente já inventariou 1.357 bens culturais que estão pré-seleccionados para serem estudados e eventualmente classificados.
Naturalmente, haverá nesses bens culturais alguns de origem portuguesa e essa circunstância é uma consequência da História. Tal como no canto sudoeste da Europa, que hoje se chama Portugal, houve a ocupação romana, a árabe e outras, que trouxeram benefícios culturais à sociedade portuguesa, também Angola beneficiou culturalmente da presença portuguesa. A História é exactamente assim, isto é, um fluxo de interacções culturais entre diferentes povos e em diferentes circunstâncias temporais e espaciais, que nem sempre foram pacíficas.

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