Os nomes e as imagens dos mais importantes líderes
democráticos mundiais são tantas vezes repetidos nos mass media que se tornam familiares para a opinião pública e, por
vezes, até parece que têm “mandatos perpétuos”, embora sejam resultantes do
processo democrático e do voto popular.
Quando Helmut Kohl foi chanceler da Alemanha
durante 16 anos parecia que nunca mais abandonaria o lugar, mas depois veio
Angela Merkel que também ocupou aquela função dirante 16 anos. O cargo de
primeiro-ministro no Reino Unido foi desempenhado por Margaret Thatcher durante
11 anos e por Tony Blair durante 10 anos, enquanto Felipe Gonzalez foi
primeiro-ministro da Espanha durante 14 anos. Kohl, Merkel, Thatcher, Blair e Gonzalez são apenas alguns dos líderes que quase parecia que tinham “mandatos perpétuos”.
Justin Trudeau, que chefia o Partido Liberal e é o
primeiro-ministro do Canadá, também parecia ser um caso de “mandato perpétuo”, pois ocupa esse cargo há 9 anos. Porém, ele e o seu governo tornaram-se
impopulares devido à inflação de 6,8% em 2022, ao contínuo agravamento do custo
de vida, à crise na habitação e dos serviços públicos, sobretudo a saúde. A
eleição de Donald Trump também perturbou a política canadiana, quando este
afirmou que o Canadá “vive de subsídios dos Estados Unidos” e que os canadianos
“adoram a ideia de se tornarem no 51º estado americano”.
Justin Trudeau tem 53
anos de idade e não resistiu à pressão interna, nem às ”ameaças” de Trump (que
também quer dominar a Gronelândia e o Panamá). Demitiu-se e a sua demissão fez hoje a
manchete de toda a imprensa canadiana, nomeadamente do jornal The
Gazette que se publica em Montreal. Como se não bastassem as tensões que ocorrem por esse mundo, podemos ter mais esta...