Ao fim da tarde
do dia 3 de Setembro, a notícia correu rápida a anunciar a tragédia: o
centenário Elevador da Glória, que através da Calçada da Glória faz a ligação
entre o Bairro Alto e a Praça dos Restauradores, em Lisboa, teve um gravíssimo
acidente quando o seu cabo estrutural de segurança se partiu e o elevador
descarrilou do seu trilho e deslizou a grande velocidade no percurso
descendente da calçada, até se desfazer contra a parede na única curva do
percurso. A íngreme calçada tem cerca de 275 metros de extensão e um acentuado
declive de cerca de 17%, pelo que a velocidade do elevador foi muito elevada e
a colisão foi brutal.
Foi uma enorme
tragédia que abalou o país e que teve grande repercussão internacional, como se
observa por exemplo no diário holandês NRC, pois nela perderam a vida 16
pessoas – portugueses (5), britânicos (3), sul-coreanos (2), canadianos (2),
suiço (1), ucraniano (1), americano (1) e francês (1) – além de 23 feridos, dos
quais seis deles se encontram em estado grave.
O Elevador da
Glória está classificado desde 2002 como Monumento Nacional e é operado pela
Companhia Carris de Ferro de Lisboa, uma empresa municipal que é tutelada pela
Câmara Municipal de Lisboa. Porém, até ao momento ninguém assumiu
responsabilidades técnicas ou políticas pela tragédia, surgindo as mais
diversas explicações por parte dos especialistas
a que as televisões recorrem, enquanto o presidente Carlos Moedas já está
calado há 48 horas.
Foi uma grande
tragédia que evidencia situações muito graves e que urge esclarecer, mas muitos
lembram que Moedas reclamou a demissão do seu antecessor Medina por situações
bem menos graves…