segunda-feira, 15 de abril de 2024

Prudência e contenção no Médio Oriente

Na interpretação dos conflitos internacionais, sobretudo daqueles em que as partes se provocam, se ameaçam e recorrem a soluções pela via militar, os estudiosos procuram sempre saber as causas dessas situações, mas encontram-se muitas vezes confrontados com um dilema, ou um enigma, que é o de saber quem veio primeiro ao mundo, se foi o ovo ou a galinha. Um pequeno incidente ou um pequeno conflito localizado, servem muitas vezes de pretexto para que uma das partes suba o patamar da conflitualidade e acuse e agrida, ou responda e retalie, como se tem visto na Ucrânia e no Médio Oriente. As causas profundas existem, mas os pretextos são muitas vezes fabricados e ampliados, enquanto as vítimas são, por agora, os ucranianos e os palestinianos. Se em relação ao conflito da Ucrânia com a Rússia costumamos dizer que é a altura de pararem, no que respeita ao conflito do Irão com Israel o que há a dizer é que não comecem.
A comunidade internacional e as maiores potências mundiais, têm repetido a necessidade de haver muita contenção, pois a continuação da escalada é uma séria ameaça à paz mundial, para além de ambas as partes já poderem reclamar que atingiram os seus objectivos, um porque atacou o adversário no seu próprio território e o outro porque deteve centenas de mísseis e drones iranianos. Os Estados Unidos já anunciaram que não querem ser arrastados para o conflito até porque têm eleições presidenciais, enquanto o Reino Unido e a França sabem que se arriscam a que a guerra chegue a Londres e a Paris. Por tudo isto, é preciso baixar as tensões e fazer com que a Diplomacia encontre soluções.
Essa é a orientação que a imprensa mundial parece adoptar, sugerindo prudência a ambas as partes, mas muita prudência, porque está ameaçada a paz mundial. Assim faz, também, a edição de hoje do jornal Dennik N, que se publica na cidade eslovaca de Bratislava.