Na
interpretação dos conflitos internacionais, sobretudo daqueles em que as partes
se provocam, se ameaçam e recorrem a soluções pela via militar, os estudiosos
procuram sempre saber as causas dessas situações, mas encontram-se muitas vezes
confrontados com um dilema, ou um enigma, que é o de saber quem veio primeiro ao
mundo, se foi o ovo ou a galinha. Um pequeno incidente ou um pequeno conflito
localizado, servem muitas vezes de pretexto para que uma das partes suba o
patamar da conflitualidade e acuse e agrida, ou responda e retalie, como se tem
visto na Ucrânia e no Médio Oriente. As causas profundas existem, mas os
pretextos são muitas vezes fabricados e ampliados, enquanto as vítimas são,
por agora, os ucranianos e os palestinianos. Se em relação ao conflito da
Ucrânia com a Rússia costumamos dizer que é a altura de pararem, no que respeita ao conflito do Irão com Israel o que há a
dizer é que não comecem.
A comunidade
internacional e as maiores potências mundiais, têm repetido a necessidade de
haver muita contenção, pois a continuação da escalada é uma séria ameaça à paz
mundial, para além de ambas as partes já poderem reclamar que atingiram os seus
objectivos, um porque atacou o adversário no seu próprio território e o outro
porque deteve centenas de mísseis e drones iranianos. Os Estados Unidos já
anunciaram que não querem ser arrastados para o conflito até porque têm
eleições presidenciais, enquanto o Reino Unido e a França sabem que se arriscam a que a
guerra chegue a Londres e a Paris. Por tudo isto, é preciso baixar as tensões e
fazer com que a Diplomacia encontre soluções.
Essa é a orientação que a imprensa
mundial parece adoptar, sugerindo prudência a ambas as partes, mas muita prudência, porque está ameaçada a paz mundial. Assim faz, também, a edição de hoje do jornal
Dennik
N, que se publica na cidade eslovaca de Bratislava.
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