terça-feira, 26 de novembro de 2019

Chissano é um grande moçambicano


Joaquim Chissano, o antigo presidente da República Popular de Moçambique completou 80 anos de idade e foi homenageado na capital moçambicana, tendo o jornal O País dedicado uma alargada e elogiosa reportagem a esse feliz acontecimento.
Dizem as crónicas que em 1951 Joaquim Chissano foi o primeiro negro a matricular-se no antigo Liceu Salazar, na antiga cidade de Lourenço Marques, onde completou os seus estudos secundários. Em 1960 partiu para Portugal para frequentar a Faculdade de Medicina de Lisboa mas, devido à perseguição que lhe era feita pela polícia política (PIDE), abandonou o país em 1961. Em 1963, ainda antes do início da luta armada em Moçambique, juntou-se à Frelimo então liderada por Eduardo Mondlane.
Após o fim da guerra de libertação nacional firmada nos acordos de Lusaka de 7 de Setembro de 1974, tendo apenas 35 anos de idade, foi escolhido para chefiar o governo de transição que preparou a transferência de poderes de Portugal para a Frelimo. A independência da nova República Popular de Moçambique foi proclamada no dia 25 de Junho de 1975 e Joaquim Chissano foi o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano. Em 1986, com a morte de Samora Machel foi escolhido para o substituir na presidência da República e, em 1994 e 1999, venceu as eleições presidenciais moçambicanas, tendo exercido a presidência até 2005, isto é, durante 19 anos.
Joaquim Chissano foi um notável dirigente político, um símbolo da luta do povo moçambicano pela independência nacional e um reconhecido amigo de Portugal, tendo sido condecorado pelos presidentes Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio e Marcelo Rebelo de Sousa, isto é, apenas essa figura menor que é Aníbal Cavaco Silva não o distinguiu.