domingo, 18 de junho de 2023

Africanos dizem que a guerra deve acabar

O semanário Sunday Times que, desde há mais de cem anos se publica ao domingo na cidade de Joanesburgo, destaca na sua edição de hoje a missão que o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e os líderes do Senegal, Comores, Zâmbia, Egipto, República do Congo e Uganda levaram a cabo em Kiev e São Petersburgo, em busca da paz na Ucrânia. 
Aqueles dirigentes africanos encontraram-se com Volodymyr Zelensky e com Vladimir Putin e assentaram a sua argumentação para acabar com a guerra no princípio de que “todas as guerras devem ser resolvidas e terminadas em algum momento e estamos aqui para informar que gostaríamos que esta guerra terminasse”. Estes sete dirigentes apresentaram e discutiram um plano de dez pontos a que chamaram iniciativa de paz africana que, aparentemente, foi recusado, embora Ramaphosa tivesse insistido com clareza que “this war must end”, porque os países africanos e o mundo estão a ser muito afectados pela guerra. Esse foi o título escolhido pelo semanário sul-africano para noticiar a iniciativa de Ramaphosa.
Desta deslocação a Kiev e São Petersburgo não resultou nenhum acordo para acabar com a guerra e as partes insistiram nos seus habituais argumentos, embora o presidente Ramaphosa tivesse mostrado sinais de algum optimismo, porque da semente lançada é de esperar que nasça qualquer coisa. No entanto, os combates estão muito intensos e as posições estão tão radicalizadas que só a proximidade das eleições presidenciais americanas de 2024, ou acontecimentos políticos importantes como a actual visita de Antony Blinken à China, parecem capazes de levar ucranianos e russos a sentar-se à mesa de negociações como deseja a iniciativa de paz africana, o secretário-geral das Nações Unidas, o Papa Francisco e muito mais gente. Há que confiar que a força da diplomacia supere a força das armas.