terça-feira, 22 de novembro de 2016

Economia cresce mas a dívida permanece

No próximo ano de 2017 a economia portuguesa vai entregar 4,3% do seu Produto Interno Bruto apenas para pagar juros da sua dívida pública. São mais de 8 mil milhões de euros e, em termos relativos, ninguém na Zona Euro é tão castigado como os portugueses.
O maior devedor europeu que é a Grécia pagará em juros apenas 3,2% do seu PIB, não só porque ainda está sob resgate das instituições internacionais, mas também porque já beneficiou de uma significativa reestruturação da sua dívida em prazos de pagamento e em redução de juros e montantes. A Itália que tem uma dívida maior do que a portuguesa em 2017 irá pagar cerca de 3,7% do seu PIB em juros da dívida pública. Verifica-se, portanto, que os contribuintes portugueses são os que mais pagam em juros da sua dívida entre os países da Zona Euro e que em 2017 o nosso país será um dos poucos que não conseguirão baixar a sua dívida que, em Setembro de 2016, atingiu o valor record de 133% do PIB, isto é, cerca de 244,4 mil milhões de euros. Paralelamente os juros da dívida têm subido e chegaram aos 3,9%, embora já tivessem recuado para os 3,71%. O jornal de Negócios trata hoje deste assunto.
Esta situação revela que não existe uma solidariedade europeia equitativa e que os abutres financeiros continuam a rondar o nosso país, apesar da grande estabilidade social e dos bons resultados económicos da actual governação, como a Comissão Europeia já reconheceu. Porém, quando questionado sobre a hipótese de ser renegociada a dívida portuguesa, um tal Dijsselbloem que usa o título de presidente do Eurogrupo, veio dizer que não há mais discussão quanto a uma possível renegociação dos juros da dívida portuguesa, alegando que Portugal e Grécia são casos diferentes.
Então não há quem cale este e todos os outros dijsselbloems que por aí andam, que não se cansam de nos extorquir a riqueza que produzimos?