No próximo ano de
2017 a
economia portuguesa vai entregar 4,3% do seu Produto Interno Bruto apenas para
pagar juros da sua dívida pública. São mais de 8 mil milhões de euros e, em
termos relativos, ninguém na Zona Euro é tão castigado como os portugueses.
O maior devedor
europeu que é a Grécia pagará em juros apenas 3,2% do seu PIB, não só porque
ainda está sob resgate das instituições internacionais, mas também porque já
beneficiou de uma significativa reestruturação da sua dívida em prazos de
pagamento e em redução de juros e montantes. A Itália que tem uma dívida maior
do que a portuguesa em 2017 irá pagar cerca de 3,7% do seu PIB em juros da dívida
pública. Verifica-se, portanto, que os contribuintes portugueses são os que
mais pagam em juros da sua dívida entre os países da Zona Euro e que em 2017 o
nosso país será um dos poucos que não conseguirão baixar a sua dívida
que, em Setembro de 2016, atingiu o valor record de 133% do PIB, isto é, cerca de 244,4 mil milhões de euros. Paralelamente os
juros da dívida têm subido e chegaram aos 3,9%, embora já tivessem recuado para
os 3,71%. O jornal de Negócios trata
hoje deste assunto.
Esta
situação revela que não existe uma solidariedade europeia equitativa e que os
abutres financeiros continuam a rondar o nosso país, apesar da grande estabilidade
social e dos bons resultados económicos da actual governação, como a Comissão
Europeia já reconheceu. Porém, quando questionado sobre a hipótese de ser
renegociada a dívida portuguesa, um tal Dijsselbloem que usa o título de
presidente do Eurogrupo, veio dizer que não há mais discussão quanto a uma
possível renegociação dos juros da dívida portuguesa, alegando que Portugal e
Grécia são casos diferentes.
Então
não há quem cale este e todos os outros dijsselbloems que por aí andam, que não
se cansam de nos extorquir a riqueza que produzimos?
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