segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A “implosão francesa” e o roubo do Louvre

A revista semanal francesa Le Nouvel Observateur, vulgarmente conhecida como Le Nouvel Obs, é a revista de informação de maior circulação em França, tem uma linha editorial moderada e centrista, sendo considerada “a revista dos intelectuais franceses”. Na sua última edição tem como tema de destaque “a implosão francesa” e uma fotografia do presidente Emmanuel Macron entristecido, preocupado e envelhecido. De facto, a França que é a segunda maior economia da União Europeia (EU), está a viver uma profunda crise económica, social e política.
No aspecto económico o país tende para a estagnação, com a dívida pública a ultrapassar os 114% do produto interno bruto (PIB), sendo superada apenas pela Grécia e pela Itália. O seu défice orçamental é da ordem dos 5,5%, que é o mais elevado da EU. Para atingir a meta dos 3% exigida pelas regras comunitárias é necessário economizar muito, mas isso não é viável, nem politica nem socialmente, o que faz com que os mercados financeiros aumentem as suas taxas de risco sobre os títulos da dívida pública francesa e a espiral da dívida ameace o horizonte dos franceses.
Paralelamente e segundo relata a imprensa, a situação das famílias continua a deteriorar-se, com as desigualdades a aumentar, a pobreza a progredir e os salários a estagnar, o que torna insustentável o descontentamento popular e a pressão nas ruas.
Esta crise está na origem do impasse político e, neste seu último mandato, desde Maio de 2022, Macron já teve cinco primeiros-ministros, todos eles incapazes de aprovar as medidas de austeridade necessárias.
Para agravar esta situação e porque “uma desgraça nunca vem só” o emblemático Museu do Louvre foi assaltado, tendo sido roubadas oito jóias de valor incalculável, incluindo a coroa da imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão III, constituída por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas.
A esta hora, Emmanuel Macron estará a pensar no que de mais lhe irá acontecer.