A revista semanal
francesa Le Nouvel Observateur,
vulgarmente conhecida como Le Nouvel Obs, é a revista de
informação de maior circulação em França, tem uma linha editorial moderada e
centrista, sendo considerada “a revista dos intelectuais franceses”. Na sua
última edição tem como tema de destaque “a implosão francesa” e uma fotografia
do presidente Emmanuel Macron entristecido, preocupado e envelhecido. De facto,
a França que é a segunda maior economia da União Europeia (EU), está a viver
uma profunda crise económica, social e política.
No aspecto
económico o país tende para a estagnação, com a
dívida pública a ultrapassar os 114% do produto interno bruto (PIB), sendo
superada apenas pela Grécia e pela Itália. O seu défice orçamental é da ordem
dos 5,5%, que é o mais elevado da EU. Para atingir a meta dos 3% exigida pelas
regras comunitárias é necessário economizar muito, mas isso não é viável, nem politica
nem socialmente, o que faz com que os mercados financeiros aumentem as suas
taxas de risco sobre os títulos da dívida pública francesa e a espiral da
dívida ameace o horizonte dos franceses.
Paralelamente e segundo relata a imprensa, a situação
das famílias continua a deteriorar-se, com as desigualdades a aumentar, a
pobreza a progredir e os salários a estagnar, o que torna insustentável o
descontentamento popular e a pressão nas ruas.
Esta crise está na origem do impasse político e, neste
seu último mandato, desde Maio de 2022, Macron já teve cinco
primeiros-ministros, todos eles incapazes de aprovar as medidas de austeridade
necessárias.
Para agravar esta situação e porque “uma desgraça nunca
vem só” o emblemático Museu do Louvre foi assaltado, tendo sido roubadas oito jóias
de valor incalculável, incluindo a coroa da imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão
III, constituída por 1.354 diamantes e 56 esmeraldas.
A esta hora, Emmanuel Macron estará a pensar no que de mais lhe irá acontecer.