Jorge Amado, o escritor brasileiro que os portugueses melhor conhecem, completaria hoje cem anos se não tivesse falecido em 2001. Conhecido mundialmente como um dos símbolos da literatura brasileira, consagrou-se pelo seu estilo simples e pelas personagens populares que criou, que tanto evidenciavam as injustiças sociais da época. Tendo nascido em 1912, publicou em 1931 “O país do Carnaval”, que foi o seu primeiro romance e um grande êxito literário. Muito conhecido e apreciado em Portugal, que visitava frequentemente, a sua verdadeira consagração em Portugal só aconteceu com a projecção mediática que adquiriu depois da publicação de “Gabriela Cravo e Canela” e, sobretudo, depois da adaptação daquele romance para a televisão. O peso que a emissão dessa novela teve, fez crescer em grande volume a venda dos livros do escritor. Depois seguiram-se muitas outras adaptações televisivas das suas obras, com destaque para “Tieta do Agreste” e “Dona Flor e seus dois maridos”. A evocação da vida e obra de Jorge Amado vai ser feita na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, através de uma exposição intitulada “Jorge Amado em Portugal”, que vai estar vai estar disponível até ao dia 29 de Setembro. Na Casa dos Bicos, onde está instalada a Fundação José Saramago, o escritor baiano também será recordado numa exposição de livros, fotografias, correspondência trocada com José Saramago, filmes e música. Entretanto, no terreiro situado em frente da Casa dos Bicos realiza-se hoje uma festa que recordará Jorge Amado e os cem anos que ele teria se ainda fosse vivo, com a apresentação do grupo Arte Pura Capoeira, seguindo-se uma sessão de música e leituras encenadas no auditório da Casa dos Bicos. A efeméride é assinalada, ainda, por um cartaz que recorre a uma expressiva fotografia: Jorge Amado e José Saramago, sentados à conversa em Salvador da Baía.