Contrariamente ao
que acontece na Venezuela com a contestação a Nicolás Maduro, a contestação dos
argelinos à candidatura de Abdelaziz Bouteflika para a presidência da Argélia
produziu efeitos e o actual presidente, desistiu das suas intenções. Não se
sabe se foi por vontade própria ou por pressão dos seus conselheiros, mas nesta
desistência prevaleceu a sensatez e, provavelmente, o nome de Bouteflika não
será apagado da história argelina. As multidões que, sob o impulso da juventude
argelina, vieram para a rua contestar aquela candidatura a um quinto mandato
presidencial, aspiram agora a uma mudança de regime, a uma nova sociedade e a
novas perspectivas de vida.
Significa que se aproximam tempos difíceis e de
confrontação entre uma ordem antiga e uma nova ordem, o que pode incitar a que
alguns poderes externos queiram meter a mão onde não devem, a coberto dos mais
diversos pretextos. A história recente dos povos mostra-nos que, a partir de
agora, tudo pode acontecer na Argélia, mas também nos mostra que são
indesejáveis quaisquer interferências externas.
Na Síria, como no
Iraque ou na Líbia, as interferências externas produziram maus resultados e é
necessário que aqueles que perseguem o petróleo ou o gás natural, não se
precipitem na Venezuela, mas também não se intrometam na Argélia. Hoje o jornal francês Libération salienta a primeira vitória, mas não indica quem foram estes primeiros vencedores. O tempo nos mostrará o que vai acontecer.
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