A situação na
Venezuela está a complicar-se ou, dito de outra forma, está a ir de mal a pior.
Antes era a crise económica, a hiper-inflação, a falta de bens essenciais e a
insegurança. Depois veio a fuga de muitos milhares de pessoas para o Brasil e
para a Colômbia, mas também a contestação nas ruas. Foi então que Juan Guaidó enfrentou
o chavismo e se autoproclamou Presidente da República Bolivariana da Venezuela,
mas como Nicolás Maduro já estava no poder com largo apoio dos militares e do
poder judicial, a Venezuela ficou politicamente polarizada e com dois
presidentes, cada qual com os seus apoios internacionais.
Desde então os
acontecimentos têm-se sucedido a alta velocidade.
Há cinco dias
aconteceu o mais longo apagão da rede eléctrica venezuelana que paralisou o
país, que levou ao encerramento de escolas e hospitais. Sem energia eléctrica e
sem transportes públicos tudo se alterou na Venezuela e até surgiram os
inevitáveis assaltos a supermercados e residências. O desespero tomou conta das
pessoas e, com o encerramento das fronteiras terrestres com a Colômbia e o
Brasil, a que se juntou a “escuridão” dos últimos dias, a Venezuela está cada
vez mais isolada.
O apagão foi uma anormalidade
tem todo o aspecto de um inovador ataque feito sem armas, sem soldados e sem
aviões. Não foi um acaso. Foi um acto de sabotagem em grande escala. Quem teriam sido os seus autores? Opositores internos ou agentes externos? O grupo de Lima, em que pontificam os Estados Unidos, acusa Maduro
de ser o exclusivo responsável pela crise venezuelana, mas Maduro devolve a acusação
aos Estados Unidos por este ataque que disse ter sido cibernético e essa acusação foi veiculada
pelo jornal Ultimas Notícias de Caracas. Entretanto, Juan Guaidó afirma ter declarado o
estado de emergência e convocou novos protestos, aproveitando o desespero da
população com a falta de água, de comida e de energia. A crise venezuelana agudiza-se.
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