domingo, 30 de janeiro de 2022

Portugal vai a votos para o Parlamento

Hoje os portugueses vão votar para escolher os deputados que os representarão no Parlamento e esse é um privilégio do regime democrático em que vivemos desde 1974, coisa que os mais jovens eleitores por vezes desconhecem.
São diversas as forças políticas concorrentes e a campanha eleitoral foi esclarecedora, com muitos debates e uma intensa cobertura mediática, que por vezes até foi excessiva, repetitiva e muito cansativa.
Não faltaram as sondagens a mostrar como se reparte o eleitorado, mas a evidenciar um país dividido entre duas figuras políticas que aspiram à chefia do próximo governo, mais do que entre modelos de governação ou entre opções ideológicas. A clubite partidária tem muita força e os eleitores tendem a seguir as suas crenças emocionais em desfavor de princípios ou de uma racionalidade operacional. Está tudo em aberto e a margem de erro das sondagens não permitem prognosticar quem serão os vencedores, embora permitam prever que há sérios riscos de ingovernabilidade nos tempos mais próximos.
Hoje lá irei cumprir o meu dever cívico, do qual não abdico, até porque sou do tempo da "longa noite" em que não havia eleições, nem partidos, nem quaisquer hipóteses de opções políticas. Porém, o nosso sistema eleitoral precisa de ser revisto, porque é altamente provável que eu nunca saiba qual o deputado que me vai representar, isto é, o Parlamento vai encher-se uma vez mais de figuras partidárias que ninguém conhece e que não têm qualquer afinidade com o voto dos eleitores sem partido. Os deputados são propriedade exclusiva dos partidos e não são, como deveriam ser, representantes dos eleitores de Beja ou Vila Real, de Ponta Delgada ou do Funchal. Nos sistemas anglo-saxónicos os eleitores sabem sempre quem é o seu deputado, mas no nosso sistema isso não é possível. 
Como eu gostava de saber quem é o meu deputado!

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