Revista Visão História, Dezembro, 2011 |
Perfazem-se hoje
60 anos sobre a data em que aconteceu a queda da Índia Portuguesa. É uma
história complexa e dolorosa que só foi possível pela teimosia e pela
intransigência de quem quis contrariar os “ventos da História” e que em vez de
seguir os caminhos da diplomacia e da negociação, decidiu pedir o sacrifício
total aos seus homens e afirmar que soldados e marinheiros só seriam
reconhecidos se “vitoriosos ou mortos”.
O governo de Nehru mandou avançar a operação Vijay e as tropas do general
Candeth invadiram Goa, Damão e Diu por terra, mar e ar, sem que as tropas do
general Vassalo e Silva lhe pudessem resistir. Corria o mês de Dezembro de 1961
e a perda da “jóia da coroa”, fortemente ligada a alguns dos mais importantes
episódios da epopeia e da memória histórica lusitana, foi traumática para a
sociedade portuguesa, mas também para uma parte da sociedade goesa e damanense
que, ao longo de quatro séculos e meio, havia adoptado a língua e a cultura
portuguesas.
Passados estes sessenta
anos, aqueles territórios constituem o Estado de Goa e os Union Territories de Damão e Diu, mas em Goa, Damão e Diu persistem
muitos traços da cultura portuguesa, nos quotidianos e nas práticas culturais,
no património e na nostalgia de um modo de viver, de comer e de vestir de raiz
portuguesa.
A evocação que hoje aqui fazemos é uma homenagem aos que pereceram
naquele dia e naquelas infelizes circunstâncias, mas é também a expressão de um
sentimento de fraternidade para com aqueles que vivendo em Goa, Damão e Diu e
possuindo passaporte indiano, são cultural e emocionalmente portugueses.
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