Há um novo modelo de turismo
que está a alastrar na Europa e que vem mobilizando os jovens, especialmente
aqueles de menores recursos e que corre à margem dos tradicionais circuitos das
agências de viagens. Esses jovens turistas tratam de tudo pela internet, usam como
bagagem uma simples mochila, voam em companhias low cost e alugam casas ou apartamentos baratos e, muitas vezes, de
arrendamento ilegal. Aparentemente não viajam para descansar nem para conhecer
outras culturas. Viajam apenas para se divertir de um modo insólito e de fuga ao vazio que a sociedade lhes oferece, mas os seus comportamentos
colidem muitas vezes com os direitos e o conforto dos moradores dos locais onde
se instalam. Como características principais dos seus comportamentos estão o ruído
durante a noite e o deambular pelas ruas em estado de quase coma alcoólico de
gente que vomita e urina por todo o lado, que usa o espaço público como
lixeira, que pratica o pequeno furto, que expõe a sua nudez e abusa da
libertinagem sexual na via pública e que, não raras vezes, se confronta ou até
agride os moradores. Tudo isto é perturbante para quem vive nesses bairros,
além de se traduzir na criação de uma imagem negativa daquele local, o que tende a afastar o
turismo de maior poder aquisitivo.
O fenómeno está acontecer em diversas
cidades europeias, mas foi Barcelona e em particular o Bairro de Barceloneta
que deu o alarme, que denunciou o “turisme de borratxera” e que veio para a rua
protestar. A imprensa catalã, nomeadamente o diário ara, associou-se ao
protesto. De resto, a Espanha pode ser
um dos países a sofrer as consequências económicas da quebra no turismo de
qualidade pois as televisões europeias já trataram de divulgar os excessos de Ibiza,
Magaluf, Barcelona, Barceloneta, Calella,
Gandia ou Lloret de Mar, o que não deixará de ter consequências. E aqui como
será?
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