Nos últimos dias aumentou
a tensão política e agravou-se a situação militar nas regiões do leste da
Ucrânia que são controladas pelos independentistas pró-russos, havendo notícias
de muitos combates, muitos bombardeamentos, muita destruição, abate de aviões e
mais de 2.600 mortos. Não parecia, mas é a brutalidade da guerra no território
europeu.
Tudo começou há
meia dúzia de meses quando o centro de Kiev se tornou numa “zona de guerra”
entre o governo ucraniano pró-russo e os manifestantes pró-ocidentais, com os
dirigentes ocidentais a tomarem partido em vez de apaziguarem e procurarem uma
solução consensual entre as partes. A Rússia não gostou desta “intervenção” na
sua área de interesse estratégico e reagiu com firmeza, fazendo renascer o seu
orgulho nacional ferido há mais de vinte anos. As forças sociais pró-russas sentiram o seu apoio mais ou
menos explícito, mobilizaram-se e armaram-se. À escalada verbal tem correspondido uma escalada militar e esse facto é demasiado preocupante. A guerra já está a mostrar que, na "civilizada" Europa, a guerra é a regra e a paz a
excepção.
Apoiados por
centenas de soldados ou voluntários russos, os separatistas parecem ganhar
terreno e, depois de Donetsz e Lugansk, aproximam-se agora da cidade de Mariupol, ao mesmo tempo que se revela a
impreparação das forças militares ucranianas e a enorme dependência e
debilidade económica do país.
Como resposta a
esta situação, os Estados Unidos e os seus aliados europeus pretendem o reforço
das sanções económicas contra a Rússia, ao mesmo tempo que a NATO abre as
portas à Ucrânia. Porém, o território ucraniano corresponde a uma área
de vital interesse estratégico da Rússia que parece não abdicar do apoio aos
separatistas e, inclusivamente, Vladimir Putin veio avisar o governo de Kiev, bem como os seus aliados onde pontifica o nosso valente Barroso, com um expressivo “não se metam com a Rússia”.
Ora, como como
tem sido reconhecido, a solução deste conflito é política e não militar, como também já
reconheceu Federica Mogherini, a indigitada Alta Representante para a
diplomacia europeia.
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