domingo, 9 de setembro de 2018

Um apelo francês para salvar o planeta

Foi chamado o Apelo dos 700 e é um documento em que, perante os problemas do aquecimento global e da sucessão de catástrofes ecológicas acontecidas no corrente Verão, cerca de 700 cientistas franceses apelam aos decisores políticos para passarem a uma acção urgente a caminho de uma sociedade livre de carbono. É um SOS climático.
O documento foi ontem publicado pelo jornal Libération e refere algumas manifestações concretas das mudanças climáticas, como o aumento da temperatura média do planeta e a ocorrência de calores extremos, as secas, o degelo de grandes massas de gelo polar, a subida do nível do mar e os efeitos sobre alguns animais e espécies de plantas.
Porém, a luta para conter o aquecimento tem sido lenta. O Acordo de Paris de Dezembro de 2015 exige uma redução rápica e radical das emissões de gases com efeito de estufa a fim de limitar o aumento das temperaturas globais, mas isso significa uma revolução nos modelos de desenvolvimento dominantes e da nossa relação com a energia e com os recursos naturais, com a mobilidade, o consumo, a residência e todas as actividades humanas. Não é fácil mudar os comportamentos adquridos com a sociedade industrial, mas não faltam discursos políticos, como o de Emmanuel Macron ao salientar a necessidade de "tornar o nosso planeta grande novamente", em resposta ao anúncio da retirada dos Estados Unidos do acordo de Paris. O documento dos 700 afirma que os discursos são insuficientes, pois os indicadores mais recentes das emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis, indicam tendências agravadas e preocupantes.
Por isso, os 700 cientistas que subscrevem o documento apelam aos decisores políticos, embora reconhecendo o papel de outros actores, incluindo empresas e sociedade civil, mas insistem que cabe aos governos e parlamentos implementar as condições - legislativas, regulamentares, institucionais, orçamentais e fiscais - para uma transição para uma sociedade livre de carbono e, em última instância, para salvar o planeta.

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