A guerra entre
Israel e o Hamas tomou conta das preocupações mundiais, porque se trata de um
conflito mais sério do que qualquer outro daqueles que estão a acontecer no
nosso planeta. O conflito entre árabes e judeus dura desde 1948 e poucos
dirigentes têm tido a sensibilidade de levar à prática as Resoluções das Nações
Unidas, que aprovaram a criação de um estado judeu e de um estado palestiniano.
Como hoje escreveu um conhecido opinion
maker, “já era tempo de este clube de idiotas que governam o mundo aprenderem
alguma coisa de útil sobre o passado”, mas o facto é que muito pouco tem sido
feito no sentido de garantir, simultaneamente, a autodeterminação e a soberania
do povo da Palestina e a segurança do estado de Israel. Os direitos do povo
palestiniano têm sido ignorados pelo estado de Israel perante a indiferença dos
países mais poderosos, mas nada justifica o fanatismo e a bestialidade com que
o Hamas atacou Israel no dia 7 de Outubro, com níveis de crueldade importados
do Daesh e que são repudiados pelo mundo civilizado. Torna-se necessário que a
anunciada e compreensível ofensiva israelita contra o Hamas seja proporcional e
não siga os padrões do criminoso fanatismo daquela organização, pois há mais de
dois milhões de palestinianos na Faixa Gaza e só uma minoria estará ao lado do
Hamas.
O mundo está cada
vez mais inseguro e aqueles que têm poderes para arbitrar e para moderar,
raramente cedem aos seus interesses estratégicos e comerciais, esquecendo quase
sempre que, nestes conflitos, os maus não estão todos de um lado, nem os bons
estão todos do outro lado, o que exige vontade de conciliação e de negociação.
O facto é que
árabes e judeus, ou Israel e a Palestina, estão a passar por tempos muito
perigosos para a paz mundial e, embora seja justa a punição daqueles que usaram
de crueldade e mataram civis inocentes, há que evitar “lançar gasolina para a
fogueira”, como fazem certos dirigentes e muitos mass media mundiais.
Na sua edição de
ontem, o jornal argelino Le Jeune Indépendant ignora a
crueldade do Hamas, destaca “os cinco dias de bombardeamentos selvagens” e
anuncia que “les ghazaouis seuls face a l’atrocité sioniste”, o que mostra como
há leituras e interpretações bem diversas sobre o que está a acontecer no Médio
Oriente.
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