A demissão de
Boris Johnson, que um jornal escocês considerou o pior primeiro-ministro britânico
de sempre, gerou os mais diversos comentários de alguma imprensa, não só no
Reino Unido, mas também no estrangeiro.
Na sua última
edição a revista alemã Der Spiegel utilizou alguns títulos e subtítulos
de primeira página como “Foi demasiada mentira”, e “O palhaço vai, mas o caos
permanece” e “O legado tóxico de Boris”. O primeiro-ministro Boris Johnson era a excentricidade em
Downing Street, o que é alguma coisa que não se ajusta à política do Reino
Unido. Por isso, a revista alemã foi inspirar-se em Alfred E. Neuman, a mascote da revista humorística americana
Mad que foi criada em 1952 por Harvey
Kurtzman, cujos traços faciais desalinhados e sardentos, a falta de um dente incisivo, mais o seu aspecto
irreverente e o seu sorriso despreocupado, ilustravam a maioria das capas
daquela revista que fez história na imprensa humorística americana. A linguagem
textual e gráfica da revista americana (que cessou a sua publicação em 2019)
assentava na crítica satírica às figuras dominantes da política e da sociedade
americanas tanto da esquerda como da direita e nenhuma lhe escapava.
Assim, a subtil ideia da revista Der Spiegel de criticar
Boris Johnson com uma ilustração que manipula a sua imagem com a imagem ficcional
de Alfred E. Neuman, que foi a marca identitária da revista humorística Mad é, em si mesma, uma curiosa e oportuna notícia.
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