sexta-feira, 2 de maio de 2025

Apesar de tudo, as touradas resistem...

A península Ibérica é uma região geográfica que integra dois países, várias regiões autónomas sob soberania espanhola e é composta por diferentes realidades culturais, bem visíveis em todos os domínios, incluindo a língua que é habitualmente considerada como o elemento mais importante na definição das identidades.
O território ibérico foi habitado por muitos povos bárbaros como os alanos e os suevos, os francos e os gregos, os romanos e os árabes, todos eles deixando marcas culturais nas regiões por onde passaram ou ocuparam, de que resultou uma enorme diversidade cultural nas diferentes regiões peninsulares. Daí que a Espanha, mas também Portugal, conservem costumes e tradições com fortes raízes históricas, algumas delas com o estatuto de patrimónios imateriais da Humanidade, como acontece em Espanha com a Semana Santa de Sevilha, as Fiestas de San Fermin em Pamplona, a Feria de Abril de Sevilha, as Fallas de Valencia, a Tomatina de Buñol, ou o Flamenco da Andaluzia, ou em Portugal, com as Festas da Senhora da Agonia, a Festa dos Tabuleiros, o Cante Alentejano, ou as Festas Sanjoaninas de Angra do Heroísmo. Porém, em maior ou menor grau, um outro símbolo do interesse cultural ibérico são as touradas, que têm resistido â pressão dos movimentos e dos partidos que defendem os direitos dos animais.
Na sua edição de hoje, a edição de Sevilha do diário ABC destaca a abertura da época taurina em Espanha e a figura do famoso matador e ídolo da afición que é José António Morante Camacho, conhecido nas tertúlias tauromáquicas como Morante de la Puebla, o rei dos toureiros.
Apesar de todos os movimentos contra as touradas e em defesa dos animais, a fiesta brava continua a entusiasmar os espanhóis e a merecer destaque na imprensa, embora a festa brava em Portugal seja cada vez mais marginalizada e já não tenha espaço nos jornais nem na televisão.

1 comentário:

  1. Interessante ver o que se passa no México (março de 2025):
    "A Cidade do México passou uma legislação para banir as touradas violentas, numa decisão celebrada pelos defensores dos direitos dos animais. Mas a indústria que lucra com esta tradição secular reagiu indignada à votação na terça-feira (18/03), que teve 61 legisladores a favor da proibição e apenas um contra.

    Ficam proibidos eventos nos quais animais sejam mortos ou feridos, e os matadores não podem usar objetos afiados, como espadas. A nova legislação ainda estabelece um limite de 15 minutos para a permanência de um touro na arena.

    Para a prefeita da capital mexicana, Clara Brugada, a iniciativa é uma tentativa de avançar em direção a um futuro em que as touradas sejam livres de violência. A cidade abriga a maior arena do mundo de touradas, com capacidade para 40 mil pessoas.

    Legisladores a favor da medida argumentam que o objetivo não é fazer as touradas desaparecerem, mas evoluírem. Segundo Brugada, não se pode permitir "a crueldade como espetáculo, muito menos o sofrimento duradouro e a morte de um animal por entretenimento".

    A decisão também teve apoio da presidente do México, Claudia Sheinbaum, que a descreveu como uma "boa solução" que mantém empregos na indústria das touradas e previne abuso de animais."

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