Aconteceu no dia
28 de Abril pelas 11 horas e 30 minutos. O fornecimento de energia eléctrica
foi interrompido e nas nossas casas cessou a iluminação, calou-se a televisão,
perdeu-se a internet e os telefones deixaram de funcionar. Os elevadores do
prédio em que residimos deixaram de funcionar e porque não estávamos preparados
com telefonias alimentadas a pilhas, estivemos sem quaisquer informações quanto
à previsibilidade desta anomalia. No exterior paralisou a rede do metropolitano
e no aeroporto cessaram todas as operações. Fecharam as escolas e o comércio, apagaram-se os sinais
luminosos de regulação do trânsito. Parece que os geradores de emergência não funcionaram porque não tinham combustível... O Governo e a Protecção Civil parece que ficaram imobilizados. Com paciência fomos esperando, enquanto as
horas passavam.
Quase doze horas
depois o fornecimento de energia eléctrica foi retomado e em poucos minutos a
nossa vida voltou à normalidade. O colapso energético, ou o apagão, terminou.
Então, as
estações televisivas encheram-se de “especialistas” para explicar o que não
sabiam e de alguns políticos que aproveitaram a oportunidade para integrar esta
situação no combate eleitoral que aí vem. Embora o assunto seja tecnicamente
muito complexo, toda aquela gente parecia dominá-lo sem quaisquer hesitações.
Porém, entre muitas explicações especulativas e até fantasiosas, ficamos a
saber que o problema afectou toda a península Ibérica, mas também algumas
regiões da França, da Itália e de outros países. Houve quem afirmou que até
podia ter sido um ciberataque ou insinuasse que podia ser a preparação de uma
invasão estrangeira.
Toda a imprensa
ibérica do dia 29 de Abril, designadamente o jornal madrileno ABC,
destacou este acontecimento sem precedentes e que mostra como somos demasiado
vulneráveis nos nossos quotidianos. Certamente que, muitos se lembraram do
sofrimento por que passa o povo ucraniano, que é vítima da inoperância de muitos
líderes de muitas bandeiras, que demoram a encontrar soluções para o conflito
que ali ocorre desde 2014 e, de forma mais intensa, desde 2022.
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