Desde o ano de 2017
que grupos armados com inspiração no Estado Islâmico têm actuado na província
moçambicana de Cabo Delgado, estando contabilizados cerca de 2800 mortos, mais
de 700 mil deslocados e a destruição de infraestruturas e de património em Mocímboa
da Praia, Palma e outras localidades. Perante este quadro ameaçador, a Southern African Development Community (SADC) ou
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, uma organização regional que
reúne dezasseis países, aprovou no passado dia 23 de Junho a constituição de
uma “força conjunta” regional para apoiar Moçambique no combate contra o
terrorismo naquela província setentrional do país. As autoridades moçambicanas
já anunciaram à população a próxima presença de forças militares estrangeiras e
que o comando da intervenção caberá ao país que tiver a maior força destacada, prevendo-se
que seja a África do Sul, conforme anunciou o Jornal de Angola. Não é
publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar para
Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham
avançado em Abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil militares.
Está previsto que cada força estrangeira destacada
inclua militares moçambicanos e que, embora subordinadas ao comando da
intervenção, cada força actuará tacticamente sob sua própria responsabilidade.
Entretanto, já se encontra em Cabo Delgado um
contingente de mil militares e polícias do Rwanda para a luta contra os grupos
armados, no quadro de um acordo bilateral existente entre o governo moçambicano
e as autoridades rwandesas.
Espera-se, naturalmente, que a paz e a segurança regressem
rapidamente a Cabo Delgado, uma região que os portugueses conhecem muito bem.
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