quarta-feira, 28 de julho de 2021

A caminho da paz em Cabo Delgado?

Desde o ano de 2017 que grupos armados com inspiração no Estado Islâmico têm actuado na província moçambicana de Cabo Delgado, estando contabilizados cerca de 2800 mortos, mais de 700 mil deslocados e a destruição de infraestruturas e de património em Mocímboa da Praia, Palma e outras localidades. Perante este quadro ameaçador, a Southern African Development Community (SADC) ou Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, uma organização regional que reúne dezasseis países, aprovou no passado dia 23 de Junho a constituição de uma “força conjunta” regional para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo naquela província setentrional do país. As autoridades moçambicanas já anunciaram à população a próxima presença de forças militares estrangeiras e que o comando da intervenção caberá ao país que tiver a maior força destacada, prevendo-se que seja a África do Sul, conforme anunciou o Jornal de Angola. Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar para Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham avançado em Abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil militares.
Está previsto que cada força estrangeira destacada inclua militares moçambicanos e que, embora subordinadas ao comando da intervenção, cada força actuará tacticamente sob sua própria responsabilidade.
Entretanto, já se encontra em Cabo Delgado um contingente de mil militares e polícias do Rwanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral existente entre o governo moçambicano e as autoridades rwandesas.
Espera-se, naturalmente, que a paz e a segurança regressem rapidamente a Cabo Delgado, uma região que os portugueses conhecem muito bem.

Sem comentários:

Enviar um comentário