As notícias
relativas à invasão russa da Ucrânia continuam a encher os noticiários
internacionais, sobretudo a respeito do que se espera possa acontecer na
primavera que se aproxima. As duas partes afirmam querer vencer a guerra, mas
enquanto uns dizem que a Rússia está a preparar a “escalada máxima”, outros insistem
que a Ucrânia está em vias de iniciar a contra-ofensiva.
Muito acertadamente, a
maioria silenciosa acha que ninguém sairá vencedor desta guerra e que todos
iremos perder. Depois das
discussões relativas ao fornecimento de modernos carros de combate à Ucrânia,
em que se viu muita hesitação ou prudência ocidental, os ucranianos pedem agora
aviões de combate, o que significaria uma maior escalada da guerra, pelo que
mereceu uma imediata resposta negativa dos Estados Unidos e da Alemanha. Porém,
apesar de ainda ser ouvida a voz dos belicistas, começam a surgir sinais de que
é preciso acabar com a guerra, pois todos estão cansados, a catástrofe
humanitária já é demasiado grande e a destruição patrimonial é enorme.
Foi neste quadro
que o chanceler Olaf Scholz esteve no Brasil, tornando-se no primeiro líder
mundial a visitar o presidente Lula da Silva em Brasília. Na conferência de
imprensa conjunta, Lula da Silva defendeu “a criação de um grupo de países que
se envolva numa mediação para pôr fim à guerra na Ucrânia” e possa “sentar com
os dois lados”. Defendeu a criação de um organismo semelhante ao G20, que foi
criado quando da crise económica de 2008, prometendo levar esta ideia a Joe
Biden em Fevereiro e a Xi Jinping em Março, nas visitas que brevemente fará aos
Estados Unidos e à China. Pode ser que a voz de Lula da Silva seja ouvida.
O que é lamentável
é que o jornal Público tivesse escolhido como manchete da sua edição de hoje o belicismo e os aviões F-16, ignorando por completo a proposta de paz do presidente brasileiro.
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