sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

O triste fim de um famoso porta-aviões

O antigo porta-aviões francês Foch, que durante 37 anos foi o navio-almirante da Marinha francesa, vai acabar a sua carreira no fundo do mar ao largo da costa brasileira, segundo informa hoje o jornal Le Télégramme, que se publica em Brest. O navio foi construído na Bretanha por muitos operários e engenheiros bretões, pelo que a sua vida sempre despertou o interesse emocional da população daquela região, como mostra o destaque dado àquela notícia por um diário local.
O porta-aviões Foch (R99) foi construído nos Chantiers de l’Atlantique, em Saint-Nazaire, tendo entrado ao serviço em 1963, mas no ano de 2000 foi vendido ao Brasil por doze milhões de dólares, tomando o nome de São Paulo (A12). A Marinha Brasileira deu-lhe pouco uso por estar obsoleto, enquanto a sua modernização foi rejeitada por ser excessivamente cara. Por essas razões e por ter pouca utilidade operacional, em Fevereiro de 2017 foi decidido desarmar o navio e, pouco tempo depois, foi anunciada a sua aquisição por um estaleiro turco para ser desmantelado e aproveitado como sucata. 
Porém, porque havia a bordo algumas toneladas de amianto com elevado teor tóxico, as autoridades turcas impediram o navio de entrar nas suas águas territoriais e obrigaram-no a regressar ao Brasil. No passado mês de Agosto, um jornal das ilhas Canárias escrevia que “una colossal montaña de material tóxico y radioactivo” navega entre as ilhas de Gran Canaria e Fuerteventura, “sin que conste finalmente cuál será su destino”. Sabe-se agora que o velho porta-aviões, que tem sido rebocado por um rebocador de alto-mar holandês, já estará ao largo das costas brasileiras e que em breve vai ser afundado, apesar dos protestos das organizações ambientalistas, mas o Brasil pretende acabar com uma polémica que, desde há muitos meses, envolve aquele navio. 
É um triste fim para um navio famoso, pelo menos para os franceses e para os bretões.

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