Charles Michel,
Ursula von der Leyen e quinze comissários europeus visitaram Kiev nos últimos
dois dias para reuniões bilaterais e para uma cimeira entre a União Europeia e
a Ucrânia. Podiam ter reunido em Bruxelas ou por vídeo conferência, mas
escolheram participar numa operação de marketing e em vez de lutarem pela
paz, trataram de mandar mais gasolina para a fogueira. Na agenda estiveram a
adesão da Ucrânia à União Europeia, o próximo pacote de sanções à Rússia e os
apoios financeiros, militares e humanitários à Ucrânia, mas sobretudo a vontade
de mostrar à Rússia que a União Europeia está unida no apoio solidário à
Ucrânia. Segundo uma notícia recente “Bruxelas já desembolsou 49 mil milhões de
euros em menos de um ano e vai continuar a ajudar Kiev”, sem que fossem
necessárias estas operações de marketing.
Ursula von der
Leyen ultrapassa-se a si própria num protagonismo exagerado e num exercício de
poder que o seu cargo não lhe dá, enquanto Volodymyr Zelensky sobe o nível das
suas reivindicações, pedindo mais urgência na entrega do armamento prometido e esperando
que as negociações de adesão comecem “quanto antes”.
Nesta data há
oito países candidatos a juntar-se aos 27 da União Europeia, que são a Albânia, o Montenegro, a Macedónia do
Norte, a Sérvia, a Turquia, a Moldávia, a Bósnia-Herzegovina e a Ucrânia, pelo
que esta terá certamente que esperar a sua vez, ao mesmo tempo que deverá fazer
muitos ajustamentos institucionais e lutar contra a sua elevadíssima corrupção,
em que aparece na 116ª posição no Corruption
Perceptions Index 2022 elaborado pela Transparency International.
O jornal belga Le
Soir destacou em título “soutenir Kiev, à tout prix”, mas o facto é que
a cimeira de Kiev não apareceu mencionada nas primeiras páginas da imprensa europeia,
a mostrar que a “cimeira” foi uma mera operação de propaganda destinada a impressionar
a Rússia e a promover Ursula von der Leyen, que já está a trabalhar para o seu
segundo mandato à frente da Comissão Europeia.
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