A Espanha está
suspensa do pré-acordo a que chegaram o PSOE e o Podemos para formar um governo
de coligação, embora ainda lhes faltem alguns apoios parlamentares vindos dos
pequenos partidos, seja por via de votos favoráveis, seja por via da abstenção.
Por uma questão
de filosofia política, mas também para assegurar os apoios de que carece, o
futuro governo vai certamente aumentar a despesa pública e, em especial, as
despesas sociais. Os partidos da oposição e muitos agentes económicos vêm
anunciando preocupações pelo ritmo insustentável do crescimento da despesa
pública que se adivinha, cuja contrapartida terá que vir do aumento dos
impostos. Além disso, consideram que o pré-acordo que foi assinado dá
excessivos poderes ao Podemos de Pablo Iglésias, que quer controlar 16.500
milhões de euros da despesa pública, segundo revela o jornal el
Economista.
Nos sectores políticos
da direita afirma-se que “no hay suficientes ricos en España para los
disparates de Podemos”, o que até está em linha com o pensamento expresso por Pedro Sánchez quando há poucos meses disse que “no
dormiría tranquilo si tuviera en el Gobierno a Pablo Iglesias”. Portanto, com
estes exercícios de malabarismo político de Sánchez e de populismo de Iglésias, há
quem já chame ao governo em formação “un Gobierno Frankenstein de izquierdas”, um pouco ao estilo da geringonça
portuguesa. Segundo o jornal já referido, milhares de contribuintes temem por
uma forte subida dos impostos e há uma avalanche de consultas para levar as suas fortunas para Portugal. No entanto, como se costuma dizer por cá, a procissão
ainda vai no adro e muita água ainda vai correr por debaixo das pontes.
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