quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Bruxelas não toma medidas contra Israel

Desde há mais de quatro meses que as Israel Defence Forces (IDF) têm massacrado o povo palestiniano na Faixa de Gaza com destruidores bombardeamentos, a pretexto de perseguirem os radicais do Movimento de Resistência Palestiniana, conhecido pelo acrónimo Hamas. O mundo tem condenado a brutalidade israelita e o Tribunal de Haia decretou que o governo de Benjamin Netanyahu tem de tomar medidas para “prevenir o genocídio”. São referidos cerca de 30 mil mortos palestinianos e as imagens da destruição falam por si. António Guterres tem sido a voz que, tendo condenado o Hamas, tem considerado a “inaceitável” violência israelita em Gaza.
Nos últimos tempos, depois de muitos silêncios mais ou menos cúmplices, alguns líderes mundiais têm condenado Israel, com Joe Biden a considerar que a sua resposta em Gaza “tem sido excessiva”. Também o ministro britânico David Cameron tem insistido com Israel para “interromper o ataque a Rafah” onde cerca de 1,5 milhões de palestinianos estão cercados, enquanto Emmanuel Macron exprimiu “a firme oposição da França à ofensiva israelita em Rafah”. Como diria um conhecido grupo humorista português “há aí palhaços que falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada”.
Hoje, o jornal El País informa que a “Espanha reclama que Bruxelas adopte medidas contra Israel” e esta posição espanhola distingue-se como um acto de coragem, quando comparado com a generalizada hipocrisia daqueles que se limitam a condenar Israel, mas continuam a fornecer-lhe tudo o que precisa e nada fazem para travar Netanyahu. A União Europeia deveria fazer ouvir a sua voz na condenação de Israel e tomar medidas concretas, como reclama a Espanha, mas isso ainda não foi feito, enquanto ainda é recordada a inacreditável visita de solidariedade e apoio que Ursula von der Leyen e Roberta Metsola fizeram a Israel em outubro de 2023, onde invocaram o “direito de Israel a defender-se” e, naturalmente, apoiaram a vingança de Netanyahu. 
Bruxelas  cala-se e, naturalmente, quem cala consente... 

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